Crítica: Depois do Casamento (2019)

Uma das grandes discussões atuais do cinema Hollywoodiano é a sua necessidade de realizar remakes de obras vindas de outros países ou até mesmo de clássicos. A maioria dessas obras são de uma grande qualidade e não tendem a necessidade de ganhar uma nova adaptação só para agradar o mercado americano. Porém existem alguns remakes que tendem a se sair tão bem quanto o original, e é nesse caso que entra Depois do Casamento, adaptação do longa dinamarquês de 2006, e que aqui acaba ampliando os conflitos presentes em sua narrativa.

Nessa nova versão acompanhamos a história de Isabel (Michelle Williams), uma americana que cuida de um orfanato na Índia que está precisando urgentemente de doações. Ela é chamada para ir até Nova York conhecer Theresa (Julianne Moore), uma mulher de negócios bem-sucedida que está interessada em fazer uma doação. Theresa convida Isabel para o casamento de sua filha, Grace (Abby Quinn), e a partir daí o passado dos personagens colide com o presente enquanto revelações são feitas sobre a origem de suas ligações uns com os outros.

Para quem assistiu ao longa original, talvez note que a maior mudança vem na troca de gêneros das protagonistas, no original, as personagens de Michelle Williams e Julianne Moore, haviam sido interpretadas por Mads Mikkelsen e Rolf Lassgard. Essa mudança acabou dando um novo espaço para o longa evoluir positivamente, pois acaba concedendo às personagens um dilema moral totalmente diferente e muito mais aprofundado do que foi apresentado na obra original. Diferente Mikkelsen que não tinha muito controle da situação, aqui Williams consegue ter muito mais controle e autonomia sobre sua própria jornada.

As atuações aqui em momento algum decepcionam, o grande destaque fica por conta de Julianne Moore, que nos momentos finais do longa consegue entregar uma interpretação que certamente irá levar a plateia às lágrimas. Não é de hoje que o talento de Moore é discutido, pois a atriz se entrega de corpo e alma em todos os papeis que atua. Aqui o único deslize mesmo ocorre com o personagem do ator Billy Crudup, que na verdade não sabemos ao certo se o ator não estava realmente afim ou foi um problema de direção na escolha do carácter do seu personagem. Michelle Williams apesar de ter alguns deslizes no decorrer da história, na maioria das cenas ela consegue entregar uma boa atuação e que é capaz de transparecer só com os olhares que lança para os demais personagens.

Depois do Casamento é a prova que é possível fazer uma adaptação correta e ao mesmo tempo trazer mudanças que, ao invés de prejudicar acabam ajudando e melhorando a obra e a sua narrativa.

Nota: 8.0/10