Em Exibição nos Cinemas

Cinema

Crítica: Viveiro (2020)

 

Dirigido por Lorcan Finnegan, esse suspense entrega um ótimo conceito, porém peca por ter uma execução bem morna


Chegando em um momento mais que propício, principalmente por gerar discussões sobre isolamento e os efeitos que isso causa, Viveiro apresenta a história de um casal, Gemma (Imogen Poots) e Tom (Jesse Eisenberg), que estão em busca de um imóvel para comprar. Após serem atraídos por um estranho corretor de imóveis até um conjunto habitacional com casas idênticas, ambos se encontram presos em uma dessas casas através de amarras sobrenaturais, sendo obrigados então a cuidar de uma criança como passe para serem liberados no futuro.


Dirigido por Lorcan Finnegan e roteirizado pelo mesmo em parceria com Garret Shanley, podemos dizer que Viveiro é uma mistura dos seriados Além da Imaginação e Black Mirror. Tendo apenas 97min, talvez um tempo ainda menor conseguiria render um formato ainda mais interessante. Porque, apesar de termos um ótimo primeiro ato, não podemos dizer o mesmo a respeito dos dois últimos. Os mistérios que envolvem o redor da casa e da criança são intrigantes durante toda a narrativa, só que ele não consegue representar nada mais de empolgante pelo resto do tempo, e começa a andar em círculos e volta a tomar fôlego apenas nos momentos finais.



Mas por um outro lado, o filme consegue apresentar ótimos elementos técnicos. O tom é muito bem construído, graças a ótima cinematografia e as locações eficientes: as casas que formam o conjunto habitacional é uma mistura de casas de bonecas com as casas da vizinhança de Edward Mãos de Tesoura. A quase falta de trilha sonora ajuda o público a mergulhar na sensação de que eles estão realmente sozinhos e os movimentos de câmera, principalmente no momento em Tom e Gemma estão tentando escapar do complexo e não conseguem encontrar saída, só realça a claustrofobia da planta do local com os movimentos que vão trazendo ainda mais desconforto.



Eisenberg e Poots conseguem entregar boas atuações, principalmente no que o texto do roteiro pede.

Apesar de começar apostando em uma trama mais original, os quinze minutos finais essa originalidade acaba dando lugar a um desfecho bem previsível, que acaba deixando muitas perguntas no ar e sem serem respondidas.




Viveiro traz uma trama envolvente até certo ponto, mas assim como um quebra-cabeça que falta peças, acaba deixando uma sensação de frustração no público.

Nota: 6.0/10

About Marcelo Rodrigues

0 Comments:

Postar um comentário

Em Breve nos Cinemas

Tecnologia do Blogger.