Quando a Sony lançou em 1997 o primeiro filme de MIB: Homens de Preto
ela não pensava que seria todo esse sucesso que foi. Um dos grandes motivos
de todo esse fenômeno é dado principalmente por conta de ser um filme divertido,
no melhor estilo anos 90 e por trazer a presença de Will Smith no elenco
original. Eis que passados 22 anos do original, a Sony resolveu trazer de volta
a marca com um reboot e utilizar a velha fórmula: chamar para o elenco nomes
que estão em grande ascensão em Hollywood. Porém nem o carisma inegável de Chris
Hemsworth e a carga dramática na atuação de Tessa Thompson conseguem
salvar Homens de Preto: Internacional da bagunça.
Ainda criança, Molly, tem seu quarto invadido durante
a noite por um animal estranho. Ao buscar ajuda, ela percebe que o bicho não é
a única companhia na casa: homens de terno e gravata estão conversando com seus
pais. Até aí tudo bem, porém, sem mais explicações e com apenas um flash, a
memória da invasão desaparece do cérebro de ambos os adultos. Após um salto
temporal, vemos que a menina nunca conseguiu esquecer o que viu naquela noite —
mesmo sendo taxada de maluca pelos próprios pais. Finalmente, a moça encontra
os Homens de Preto, durante uma missão em Nova York, e se apresenta. Esse é o
ponto de partida para acompanharmos o desenvolvimento da mais nova recruta da
corporação, a Agente M. Pena que, mesmo sendo uma recruta em período de
experiência, ela parece saber tanto quanto seu parceiro sênior e futuro líder
da corporação, Agente H. (Chris Hemsworth).
Um dos grandes trunfos do filme original era assistir
ao conflito que envolvia o inexperiente e até certo ponto inocente Agente J.
(Will Smith), desvendando todo esse mundo novo, ao lado do ranzinza Agente K.
(Tommy Lee Jones), o que acaba infelizmente não acontecendo nesse novo filme.
Não existe praticamente uma linha de aprendizado e a
personagem Molly pouco fica surpreendida com esse novo universo, o que dá
aquela sensação de indiferença para o público que está assistindo. Fora que nem
mesmo os alienígenas conseguem fazer com que os olhos do público fiquem
encantados.
Mesmo com toda a química em cena que existe entre
Thompson e Hemsworth, a falta de densidade na criação de seus personagens acaba
deixando tudo muito superficial e nem mesmo o talento deles salva o
longa-metragem.
O alívio cômico do filme é salvo graças ao personagem
Pawny (Kumail Nanjiani) e consegue tirar um pouco o marasmo do filme. O pequeno
bichinho tem ótimas sacadas em meio aos diálogos.
Uma das grandes falhas do filme é que o universo de
MIB é muito pouco explorado. Se a ideia do título era ver como funcionava as
outras agências ao redor do mundo, isso acabou falhando miseravelmente.
Conhecemos apenas a agência de Londres e ela nada mais é que uma versão com sotaque
da agência de Nova Iorque. As cenas que se passam em Marrocos, Itália, França e
na própria Inglaterra são superficiais e nem um pouco aprofundadas de verdade. O
mesmo acontece com os monstros que vivem nesses respectivos lugares.
Infelizmente Homens de Preto: Internacional é um tiro
no pé da Sony de tentar reviver a franquia. O filme não é ruim, mas está anos
luz de ser bom. É muito desperdiço, tanto do potencial do seu elenco quanto da
sua própria história. Os efeitos são legais, as referências a cultura pop
também, mas seu roteiro e direção são nada inspiradoras e acabam trazendo o
filme para baixo. Ou seja, é o tipo de longa que quando acabar você já vai esquecer
dele.
Nota: 5.5/10
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