Um dos grandes atrativos que a franquia Invocação do Mal acaba se
sustentando tão bem não é pelo fato de explorar o terror e seus sustos bem
construídos, mas sim por conta de todo o aproveitamento que eles podem utilizar
das entidades que são apresentadas através do casal principal. Já tivemos A
Freira, o Crooked Man e a mais recente de todas, La Llorona.
Porém quem acaba se destacando mesmo é a boneca Anabelle, que chega aos
cinemas nessa semana com o seu terceiro longa-metragem.
Após uma sequência introdutória que apresenta diversos
elementos da trama com uma boa economia de detalhes e sustos, passando pela
busca da boneca Annabelle pelos Warren (Patrick Wilson e Vera
Farmiga), um acidente na estrada e a influência da boneca sobre os
espíritos dos mortos, o restante do longa se desenrola como um longo e único
ato dentro de uma casa mal-assombrada.
Conforme a filha dos Warren, Judy (McKenna Grace), sua babá
Mary Ellen (Madison Iseman) e a amiga Daniela (Katie Sarife)
enfrentam os espíritos influenciados pela boneca, outros pequenos arcos são
resgatados e incorporados, como o do crush Bob (Michael Cimino).
Podemos dizer que Annabelle 3 consegue ser bem mais superior que seus
antecessores filmes. Só que isso não significa que o filme é uma superprodução,
mas pelo menos ele consegue tentar encontrar um caminho para se aproximar ainda
mais de Invocação do Mal. Os sustos são muito bem aplicados e o clima de
mistério e terror é muito bem conduzido pelo diretor Gary Dauberman (responsável
pelo roteiro do péssimo A Freira), que faz aqui a sua estreia na
direção. Um outro fator que é bastante decisivo para o resultado positivo do
filme, é a presença de Farmiga e Wilson, afinal eles são os fios condutores do
sucesso desse universo. Mesmo que o foco principal da narrativa não esteja
neles, é quase indiscutível que o longa ganha mais força quando eles estão em
cena.
Para quem cresceu assistindo a séries como O Clube do Terror ou
até mesmo Goosebumps, vai achar divertido o momento em que as entidades
começam a escapar do porão dos Warren. O principal motivo é que toda a
ambientação parece transformar em uma versão mais adulta e bem mais assustadora
dessas franquias juvenis.
O cão infernal, que nada mais é que um lobisomem, realmente parece ter saído
de Goosebumps, pois o CGI dele é bastante cartunesco e em momento algum
chega a dar medo. A noiva ensanguentada é uma mistura da Freira com a Chorona e
surge em cena apenas para causar uma inconveniência entre as protagonistas no
ato final.
A atuação de McKeena Grace (Capitã Marvel e O Mundo Sombrio de
Sabrina) está muito boa, ela consegue passar todo aquele drama de estar isolada e sofrendo “bullying” por
conta da profissão dos pais. Porém quando está diante de alguma entidade, principalmente
nos momentos finais, a jovem atriz apresenta uma força crescente. Enquanto isso,
as atrizes Madison Iseman (Goosebumps 2 – Halloween Assombrado) e Katie
Sarife (Supernatural) se alteram numa atuação dentro dos padrões, o ator
Michael Cimino acaba apenas servindo de par romântico de Iseman e de alívio cômico.
Annabelle 3: De Volta para Casa não é um grande filme de terror, mas dentro de
sua proposta consegue ser divertido e assustador. A ambientação dentro de um
único local transforma o filme em uma montanha-russa bem aterrorizante.
Nota: 7.5/10
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