Crítica: Bird Box

Apesar de muitos conservadores amantes da sétima arte serem resistentes, os serviços de streaming estão cada vez mais ganhando espaço e com isso conseguem trazer nomes de peso para suas produções, como é o caso do mais recente sucesso da Netflix, Bird Box, que traz no elenco a ganhadora do Oscar de Melhor Atriz, Sandra Bullock (Um Sonho Possível).

No filme, Bullock vive Malorie uma mulher deprimida que diz querer viver eternamente em sua casa, mas uma gravidez indesejada e uma epidemia que leva as pessoas a cometer suicídio, a leva sair desse estado, para tentar sobreviver nesse mundo apocalíptico.

O roteiro desenvolvido por Eric Heisserer (do aclamado A Chegada) é bem mediano, o roteirista acerta ao optar não seguir uma linha narrativa linear, o que acaba ocasionando o envolvimento maior dos espectadores, porém ao mesmo tempo acaba apresentando diversos problemas, começando pelos personagens secundários que acabam não sendo bem desenvolvidos, sendo que alguns tinham bastante potencial para serem aproveitados na trama, como é o caso das duas crianças. Além disso existe várias soluções já existente nos demais filmes de catástrofes, o que acaba tornando boa parte do desenvolvimento do filme bastante previsível e a grande solução que pode salvar os sobreviventes do mal que assola a Terra é simplesmente descoberto do nada, o que acaba deixando aquela sensação que não existiu uma profundidade diante dessa complexidade que é apresentada. Além disso, a cena que ocorre o caos é apresentada de uma maneira tão rápida, que acaba deixando de lado uma sequência que poderia ser bem mais assustadora.

Mesmo assim a diretora Susanne Bier (Segunda Chance) consegue fazer da sua narrativa um dos maiores acertos do filme, além disso o clima claustrofóbico que é alcançado devido a falta do sentido da visão é muito bem construído dentro da trama, os destaques ficam para as cenas na floresta e no rio.

O elenco apesar de ser bem diversificado, acaba como citado acima não muito bem aproveitado. O espaço do brilho mesmo quem tem é Sandra Bullock, que nos entrega uma atuação primorosa e que pode render alguma indicação para prêmios em 2019.

Bird Box é o tipo de filme que funciona como suspense, mas que acaba pecando por não conseguir aprofundar de fato todas as camadas interessantes que poderia transforma-lo em um clássico.

Nota: 7.0/10