Crítica: Benzinho

O que faz um filme especial? É a sua história, sua trilha sonora, um roteiro mirabolante ou até mesmo algum assunto considerado tabu. Talvez seja tudo isso ou apenas algum tópico especifico. Porém no mais novo longa-metragem brasileiro, Benzinho, não traz nada disso e consegue se tornar especial, mesmo tendo uma história recorrente.

Irene (Karine Teles) mora com o marido Klaus (Otávio Müller) e seus quatro filhos. Ela está terminando os estudos enquanto se desdobra para complementar a renda da casa e ajudar a irmã Sônia (Adriana Esteves). Mas quando seu primogênito Fernando (Konstantinos Sarris) é convidado para jogar handebol na Alemanha, ela terá poucos dias para superar a ansiedade e ganhar forças antes de mandar seu filho para o mundo.

Ou seja, é uma história bem trivial, só que é aquele trivial que está em seu melhor momento. É quase que impossível que a plateia não se emocione e se identifique com alguma cena, pois tudo que está acontecendo em cena poderia sim, ter ocorrido na sua família ou do próximo.

Seria então Benzinho uma versão abrasileirada do aclamado Pequena Miss Sunshine? Talvez, até porque ambos os filmes tratam sobre algum integrante da família e como o restante da família, que ainda imersos nos problemas pessoais deles, conseguem se unir em prol desse ente querido.

Mesmo que possa lembrar as vezes o longa americano, Benzinho traz uma trama totalmente diferente, já que aqui a relação mãe e filho é explorado com cenas mais sensíveis que acabam fazendo um bom uso do silêncio e principalmente do enquadramento focado no olhar da atriz Karine Teles.

De verdade, as cenas em que ela está junto do filho, o olhar consegue roubar toda a atenção, pois podemos ver que a boca fala que vai ficar tudo bem, mas o olhar demonstra que a saudade vai falar mais alto.

Além de nos emocionar, o filme nos reserva ótimos momentos cômicos e de atuações. Desde Karine Telles até as participações de Adriana Esteves e Otávio Müller.

Benzinho é sem sombra de dúvidas um grande filme brasileiro e que merece ser visto por todos. Vá junto com sua família e sem medo, pois diferente dos outros longas nacionais, aqui não tem palavrões, cenas eróticas e nem violência. É um filme para todos os brasileiros se verem em tela.

Nota: 10/10