Histórias baseadas em dramas reais geralmente costumam dividir as
opiniões, principalmente em histórias que envolvam a superação como tema. Vidas à Deriva infelizmente não escapa
desse problema, porém acaba encontrando em seu elenco o peso preciso.
Em 1983, Tami Oldham vivia seus 24
anos da melhor forma possível. Após sair do conforto de sua casa em San Diego,
a menina decidiu se aventurar pelo mundo. Trocando trabalho por qualquer coisa
que a mantivesse viajando, ela conheceu lugares exóticos e belos ao redor do
planeta. Quando chegou ao Taiti, não imaginava que a maior mudança de sua vida
iria acontecer. Enquanto cuidava de um barco, o velejador Richard Sharp ancorou no
píer. No maior estilo “amor à primeira vista”, bastou uma troca de olhares para
os dois se apaixonarem. Pouco tempo depois, ele a convidou para velejar o mundo
no Mayaluga. Juntos, o casal viveu uma lua de mel antecipada, conhecendo
paisagens paradisíacas e sem se preocupar com nada mais do que o próprio amor
que sentiam um pelo outro.
Quando
Richard recebe uma proposta tentadora de levar o barco de um casal de amigos
para Califórnia, Tami se vê num dilema. Ela não pretendia voltar para casa tão
cedo, mas deixar Richard para trás também não lhe pareceu uma boa opção. É
então que Tami e Richard embarcam na maior aventura de suas vidas. Juntos,
decidem cruzar oceanos rumo a San Diego a bordo do Hazaña. O que eles não
contavam, porém, era que seu trajeto fosse cruzar com o Furacão Raymond. Com
ondas imensas e ventos extremamente fortes, o barco acabou virando inúmeras
vezes até ficar completamente destruído. Quando Tami acorda no deck 27 horas
depois, encontra seus sonhos em pedaços e logo começa a procura inesgotável por
Richard.
Vidas à Deriva consegue se destacar
pelos bons efeitos especiais e pela ótima escolha do diretor Baltazar Kormákur em realizar
belíssimas filmagens em alto mar, fazendo com que o público acredite realmente
que os atores estão realmente naquele barco e naquela situação.
A escolha dos roteiristas Aaron e
Jordan Kandell em apresentar uma trama fora de ordem, misturando entre o
passado e o presente dos nossos protagonistas, essa história nada mais é que o
velho e conhecido garoto encontra garota. Porém em alguns momentos fica a
sensação de marasmo, principalmente nas partes que envolvem o passado dos
nossos protagonistas. Mesmo assim, com o decorrer da trama o roteiro vai
caminhando para outros lados e consegue surpreender o público em seus momentos
finais.
A dupla principal formada por Shailene
Woodley e Sam Claflin é realmente
apaixonante. Os dois possuem uma química em cena, porém cada um consegue roubar
a atenção do público de maneiras diferentes.
Woodley que vinha de uma maré
de azar desde o cancelamento abrupto da franquia Divergente nos cinemas, não conseguia ganhar um papel de destaque.
Aqui é ela que carrega sozinha as cenas mais dramáticas e consegue ganhar toda
a nossa admiração com uma personagem forte, guerreira e acima de tudo, real.
Claflin para alguns pode até
lembras seu papel em Como eu era antes
de Você, porém aqui sabemos que esse personagem de fato existiu. O ator
rouba a atenção do público devido ao seu carisma e beleza.
Vidas à Deriva é o tipo de filme que
você vai assistir por certas razões e que acaba gostando por outras.
Preparem-se para encontrar uma história de amor, força e companheirismo em um
dos filmes mais lindos e dramáticos de 2018.
Nota: 8.5/10
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