Elas somam mais de 80 milhões de visualizações no Youtube, além de uma
indicação ao Grammy Latino e arrastam uma multidão de fãs por onde elas passam.
Ana Caetano e Vitória Falcão, duas meninas vindas do interior do Tocantins, formam
Anavitória, um duo pop/folk brasileiro e que agora tem o seu próprio filme para
contar de maneira leve e divertida como tudo aconteceu.
Ana
(Ana Caetano) e Vitória (Vitória Falcão) já haviam até mesmo estudado juntas,
mas apenas se aproximam de fato em uma festa realizada muito longe de sua cidade
natal, a pequena Araguaína, no Tocantins. Após se apresentar na festa, Ana fica
impressionada com a informal cantoria de Vitória, em uma rodinha de violão.
Logo surge a ideia de gravarem algo juntas, que rapidamente explode na internet
e chama a atenção do produtor Felipe Simas (Bruce Gomlevsky). A fama repentina
as traz de volta ao Rio de Janeiro, para um show transmitido pela internet e a
produção de seu primeiro álbum.
Lendo a sinopse acima é realmente fácil de pensar que o filme nada mais
é que uma “peça de marketing para alavancar ainda mais a carreira de um artista”,
porém o filme funciona por ser exatamente ao contrário, aqui não é explorado a
carreira delas e sim a amizade das duas. Diferente de muitos filmes nacionais
que apostam neste universo, aqui realmente conseguimos acreditar nessa amizade.
É preciso dizer que Anna Caetano e Vitória Falcão não são atrizes, porém
todas as cenas que as duas estão interagindo uma com a outra são de uma
naturalidade monstruosa e como disse acima, é nítido em tela que as duas são
mesmo grandes e melhores amigas. Porém quando as atrizes estão em cena com
outros atores, essa falta de experiencia acaba aparecendo e deixando tudo muito
amador, o que acaba atrapalhando o filme em alguns momentos.
Definido como uma “comédia romântica musical”, todos os itens desse gênero
são realmente explorados no filme. Existem momentos para darmos risadas,
momentos fofos envolvendo questões amorosas, mas o que chama a atenção é a
parte musical. Todas as canções são compostas pela dupla e elas são de leveza,
de uma delicadeza e sinceridade, que fica impossível não querer ir pro Spotify
logo depois da sessão acabar e continuar ouvindo-as. E sobre o romance,
precisamos dizer que aqui não existe preconceito e ele é tratado de uma maneira
tão leve.
O roteiro desenvolvido pelo também diretor Matheus Souza (do ótimo
Apenas o fim) consegue usar de um modo criativo a questão das redes sociais e
nos entregar ótimas sequencias, mas acaba pecando em não saber aprofundar os
personagens. Para termos uma ideia, a carreira das duas é resumida da seguinte
maneira: elas se conhecem, estouram na internet, viram o sucesso que é e
acabou. Ou seja, não existe toda aquela carga dramática ou algo do tipo que
faço o espectador querer se conectar a trama. Em diversos momentos realmente
pensamos que o filme nada mais é que uma série que poderia ser dividida em
capítulos do que propriamente um longa-metragem.
Ana e Vitória apesar dos erros é um
filme que tem grandes acertos, principalmente por não ter medo de falar sobre o
amor, sobre ser livre e sobre o poder da amizade. Para quem é fã das meninas,
esse filme é um prato cheio e para quem não é, serve para conhecer e se
encantar pelo trabalho delas.
Nota: 7.0/10
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