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Crítica: A Noite que devorou o Mundo


Sam chega um tanto apreensivo no apartamento daquela que parece ser sua ex-namorada, Fanny. É uma noite de festa, mas o rapaz não quer saber de papo: ele só deseja pegar suas coisas e dar o fora, apesar da insistência da moça para que ele fique e converse com ela. A contragosto, ele aceita tomar um drinque e ficar em um canto, sozinho. Quando esbarra em um dos convidados, Sam acaba adormecendo em um dos cômodos. Ao acordar na manhã seguinte, a surpresa: o prédio está destruído e a capital francesa foi tomada por zumbis.


Tendo como base o romance homônimo de Martin Page, A Noite que devorou o Mundo é o longa que marca a estreia de Dominique Rocher e de certo modo vai muito além de um filme sobre apocalipse zumbi. Indo totalmente na contramão dos seus colegas de gênero, A Noite que devorou o Mundo é muito mais um drama apocalíptico, onde a trama está mais centralizada em seu protagonista.


Sam, interpretado pelo excelente Anders Danielsen Lie, é um jovem solitário, introspectivo e que interage bem pouco com o mundo a sua volta. A princípio, nosso protagonista acredita ser o único sobrevivente da catástrofe e a partir desse ponto é que ele encara o seu maior desafio: manter-se nessa nova realidade e sustentar a sua própria humanidade.


A narrativa consegue ser quase que nula comparada aos clichês do gênero, ou seja, você não vai encontrar cenas de perseguições, sangue jorrando para todos os lados, vísceras e membros sendo decepados e voando por aí. O argumento é muito simples e não existem firulas, A Noite que devorou o Mundo é praticamente um manual de sobrevivência ao fim dos tempos, mas escrito de uma maneira muito mais suave e melancólica, o que é raro de encontrar nesse gênero cinematográfico.


A Noite que devorou o Mundo é uma grata surpresa diante do gênero, afinal está mais concentrado em apresentar a solidão de seu protagonista do que propriamente um apocalipse zumbi. É um filme bem interessante para quem está disposto a comprar a ideia, para quem não está pode passar adiante e ir assistir a inúmeros filmes clichês do gênero que existem por aí.


Nota: 8.5/10

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