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Críticas

Crítica: Terra Selvagem


Existe um ditado popular aqui no Brasil, que geralmente é usado em diversas situações equivocadas, porém dessa vez ele é a melhor descrição para o longa-metragem Terra Selvagem. “Menos é mais”. O diretor Taylor Sheridan nos brinda com uma aula de como narrar uma história.


Na trama conhecemos o caçador de coiotes, Cory (Jeremy Renner), um homem traumatizado pela perda de uma filha adolescente e devido a isso, um homem quase sem expressão de sentimentos. Numa de suas caçadas cotidianas, ele se depara com um corpo de uma garota congelado e resolve então investigar o crime. Ao seu lado, ele tem a agente novata do FBI, Jane (Elizabeth Olsen) que desconhece a região.

Mesmo sendo um suspense bastante pesado, o diretor em momento algum utiliza a fórmula clichê de “enganar” o espectador com pistas falsas, a trama é muito bem contada e os detalhes vão sendo revelados cena a cena, até que o grande segredo de seu arco dramático seja revelado por completo. Primeiro conhecemos os personagens principais da nossa história, seus dramas pessoais e somente no terceiro ato do filme é que somos apresentados aos detalhes do crime. Isso faz com que a plateia consiga desenvolver uma relação com os personagens e também se familiarizar com todo aquele ambiente, tanto que quando chegamos no clímax ficamos impactados e sem fôlego.

O filme poderia muito bem cair no banal de crime e investigação como qualquer outro blockbuster, porém Sheridan consegue com sua história ir nas mais profundas camadas e criar algumas analogias sobre o homem x ambiente em que ele está vivendo e tantos outros assuntos que somente nas entrelinhas que iremos conseguir notar de verdade, mas claro tudo isso é apresentado de uma maneira bastante sutil.


O elenco está realmente brilhante, tanto que temos aqui um Jeremy Renner (The Avengers: Os Vingadores) em sua melhor atuação na carreira e aqui pode estar sua indicação ao Oscar 2018. Outra atriz que está fantástica é a Elizabeth Olsen (Os Vingadores: Era de Ultron) que cada vez mais se mostra um dos nomes mais promissores dessa nova geração. A atriz dispensou qualquer uso de dublê para suas cenas e sua parceria com Renner, que já havia sido muito boa no segundo filme dos Vingadores, só reforça que não devemos mexer em time que está ganhando. Olsen tem grandes chances de concorrer uma vaga nas premiações do ano que vem por sua performance nesse filme.


A parte técnica também merece o destaque, principalmente a fotografia, a direção de arte e a trilha sonora, além de claro a direção magistral de Sheridan, que unindo tudo isso nos entrega um clássico atemporal.


Terra Selvagem é um ótimo entretenimento, como também é uma grata surpresa nessa reta final de 2017. Um suspense maduro, que fará você pensar o quanto complexo pode ser o ser humano.


Nota: 9.5/10

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