Não
precisamos dizer que a culinária brasileira passou a ficar mais requintada
depois do enorme sucesso do reality show “Masterchef”. Todos agora buscam
tentar se aprofundar um pouco mais no campo da cozinha. O cinema nacional se
aproveitou desse boom e lança em 2017 o seu segundo filme gastronômico, depois
do fracasso de Duas de Mim, chega
aos cinemas nessa quinta-feira Gosto se Discute,
estrelado por Cassio Gabus Mendes e Kéfera Buchmann.
O chef (Cassio) de um fino
restaurante, que um dia já viveu os seus dias de glória, perde toda sua
clientela para um Food Truck concorrente.
Para salvar o local, que está prestes a fechar as portas, a auditora do banco
investidor (Kefera) entra em cena com o objetivo de revolucionar o cardápio.
O chef indisposto a abrir mão do
seu trabalho – um tanto quanto ultrapassado – se vê obrigado a aceitar
imposições da funcionária e ainda sofre com a pressão das dívidas que só
crescem. Em meio a tanto estresse ele perde seu paladar.
Tanto a direção quanto o roteiro do longa são assinados por André
Pellenz, o mesmo responsável pelos sucessos de Minha Mãe é uma Peça e Detetives
do Prédio Azul, caminha para uma comédia romântica nada esdrúxula, mas que
também não traz nenhum tempero novo para o gênero.
A
química entre Cassio e Kefera funciona muito bem, principalmente nos momentos
mais engraçados, porém é preciso dizer que os dois não tem uma química tão
grande a ponto de o público comprar a ideia que ela realmente se interessaria
por ele. Os demais atores estão muito caricatos e às vezes passa que eles estão
ali por pura e simples necessidade.
Olhando por um ponto de vista mais técnico, o problema não é nem dos
atores e sim do roteiro, que parece que foi desenvolvido às pressas e sem saber
direito qual caminho iria trilhar. Existem pontos que realmente funcionam, mas
outros ficam extremamente soltos. Por exemplo, um dos principais conflitos do filme, que é entre o chef e
o antagonista dono do Food Truck, interpretado pelo ator Gabriel Godoy, poderia
ser muito mais interessante se fosse melhor trabalhado, porém o que temos em
cena são briguinhas dignas de novelas da tarde.
Como tudo hoje em dia gera polêmica, em um determinado momento algumas
pessoas certamente vão achar que o filme está fazendo uma apropriação cultural
de forma errada, mas como não estamos aqui para falar disso, posso dizer que
essa tal de “apropriação cultural” foi uma excelente escolha.
O saldo final de Gosto se Discute
é positivo, afinal ele cumpre bem aquele papel de um bom cinema pipoca:
entreter. Ele é leve, divertido e cativante, certamente vai fazer o público
sair com um sorriso no rosto e água na boca.
Nota: 7.5/10
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