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Crítica: Tempestade - Planeta em Fúria


Entra ano e saí ano, precisamos de um filme de catástrofe para poder preencher a “cota” do gênero. É basicamente uma tradição iniciada lá nos anos 70, com O Destino de Poseidon e que passou pelos anos 90, 2000 e agora chega em 2017, com o mais novo representante da categoria: Tempestade – Planeta em Fúria, que estreou ontem no Brasil.


A história acompanha Jake Lawson (Gerard Butler) criou um sistema apelidado de “Dutch Boy”, que consiste em vários satélites que rodeiam a Terra e são capazes de controlar o clima. A trama se passa poucos anos após 2017, mostrando que o clima e os desastres do planeta ficaram fora de controle, obrigando vários países a se unir por esse bem em comum. O “Dutch Boy”leva chuva para onde precisa, deixa as temperaturas certas em cada região e é controlado pela Estação Espacial, que conta com colaboradores de todos os países. Os problemas começam quando o sistema começa a dar defeitos que resultam em desastres pontuais em alguns locais do mundo.


A história pode até não parecer de um filme catástrofe, e realmente não é, pois até iniciarmos as cenas de desastre, temos uma longa e por vezes arrastada trama envolvendo uma intriga espacial. Quando as cenas de catástrofe realmente acontecem, fica um certo gosto duvidoso, a cenas que realmente impressionam (como o caso da destruição de Orlando), porém existe uma cena especifica que realmente incomoda: a cena da destruição do Rio de Janeiro é tão falsa, que sentimos que estamos em uma Porto Rico do que no próprio calçadão de Copacabana. Os efeitos realmente estão corretos, mesmo sendo inferiores a outras produções como Terremoto: A Falha de San Andreas, 2012 e O Dia Depois de Amanhã.


O roteiro assinado também pelo diretor Dean Devlin traz um certo problema, que acaba prejudicando o desenvolver da história. Quando estamos assistindo a um filme do gênero de catástrofe, o público espera que pelo menos exista desde o começo toda uma tensão em cima disso. Aqui, como já foi dito acima, acaba se preocupando em desenvolver toda a trama espacial em primeiro plano, para depois embarcar na onda das catástrofes e realmente, quando elas chegam empolgam, mas sem aquela expectativa que tínhamos quando assistíamos o trailer. A direção de Devlin, que faz desse o seu debut no cinema, é correta, mesmo cometendo alguns deslizes no percurso.


O elenco do filme traz apenas os nomes de Gerard Butler, Andy Garcia, Ed Harris e Jim Strugges como grandes conhecidos do público. Apesar de trazer esse “peso” no nome do elenco, nem todos conseguem ter uma carga tão precisa em cima de seus personagens. Butler apesar de todos os esforços acaba fazendo de Jake, um personagem egocêntrico por diversos momentos e isso meio que acaba afastando o público. A dupla formada por Garcia e Harris, como o Presidente dos Estados Unidos e seu secretário, são mal explorados e Harris tem um dos piores papeis dos últimos anos. A atuação de Andy Garcia dispensa qualquer comentário, pois o ator encontra-se em um modo totalmente automático. O nosso outro protagonista, interpretado pelo ator Jim Strugges é talvez o que consiga se aproximar mais do público, mesmo tendo seus problemas. Strugges que vem crescendo cada vez mais na indústria, está mais seguro que qualquer um dos outros atores e sua ótima parceria de cena, a atriz Abbie Cornish, acaba lhe rendendo as melhores cenas do longa inteiro.


Tempestade: Planeta em Fúria é um cinema pipoca daqueles, vai ter gente que irá se divertir como haverá aqueles que vão achar um dos piores filmes do ano. Poderia talvez ter sido mais elaborado, poderia, mas com esse resultado já dá para desligar o cérebro por 109min.

Nota: 6.5/10

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