Não precisa ter estudado
cinema ou gostar do assunto para saber da existência do clássico de Ridley
Scott, Blade Runner. Um filme
neo-noir que se passava em um mundo cibernético que colocava em pauta o
verdadeiro sentido pelo desejo da vida, e o conflito do amor diante das
obrigações maiores. Mesmo com tantos problemas que aconteceram durante suas
filmagens e de uma bilheteria bem abaixo do esperado, o longa com o passar dos
anos acabou se tornando um cult do
cinema.
E agora exatos 30 anos
depois, o diretor Dennis Villeneuve (A
Chega, Os Suspeitos e Sicário: Terra de Ninguém) chega com a
missão de manter o mesmo nível ou até mesmo ousar nessa nova versão do
clássico, para isso o diretor contou com a dupla de roteiristas do primeiro
filme, Michael Green e Hampton Fancher.
Sem grandes spoilers, a trama conta a história do novato
Blade Runner K (Ryan Gosling), que após uma ocorrência rotineira, desenterra um
segredo do passado, colocando assim, o futuro da sociedade em grande perigo,
tudo porque Niander Wallace (Jared Leto), o novo dono da Tyrell Corporation,
instituição responsável por construir seres sintéticos, vê o futuro de sua
empresa ameaçado com essa descoberta.
O ponto mais interessante
do roteiro é a maneira que ele conecta os dois filmes, trazendo toda a essência
da investigação que é uma das marcas do primeiro longa, porém diferente do
original, a dupla aqui optou tornar o filme mais acessível ao grande público,
ou seja, a narrativa aqui se tornou muito autoexplicativa, deixando tudo mais
didático e em quase todos os momentos existem flashbacks para explicar o arco dramático.
Não precisamos dizer que
Dennis Villeneuve foi um dos maiores acertos para comandar essa nova versão, o
diretor conseguiu criar um universo cibernético bastante realista. Além disso,
Villeneuve mostra acima de tudo o respeito a produção original e é claro,
existem várias referências à obra de Scott.
Os efeitos são realmente deslumbrantes
e a fotografia apesar de estar dentro dos padrões, não é realmente uma das
melhores que o diretor já nos apresentou. Infelizmente a trilha sonora dessa
nova versão é bastante decepcionante, a composição de Hans Zimmer acaba
destoando totalmente do restante da obra. Sobre o elenco todos estão realmente
bem.
Talvez um dos maiores erros
do longa seja a sua duração de quase 3h, por diversas vezes sentimos que o
filme parece que não terá um final, mesmo quando estamos em seu desfecho.
Blade Runner 2049 é aquele
tipo de filme ame ou odeie, para quem gosta do gênero vai apreciar bastante,
para quem apenas está procurando diversão é melhor evita-lo.
Nota: 6.0/10
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