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Crítica: Blade Runner 2049


Não precisa ter estudado cinema ou gostar do assunto para saber da existência do clássico de Ridley Scott, Blade Runner. Um filme neo-noir que se passava em um mundo cibernético que colocava em pauta o verdadeiro sentido pelo desejo da vida, e o conflito do amor diante das obrigações maiores. Mesmo com tantos problemas que aconteceram durante suas filmagens e de uma bilheteria bem abaixo do esperado, o longa com o passar dos anos acabou se tornando um cult do cinema.


E agora exatos 30 anos depois, o diretor Dennis Villeneuve (A Chega, Os Suspeitos e Sicário: Terra de Ninguém) chega com a missão de manter o mesmo nível ou até mesmo ousar nessa nova versão do clássico, para isso o diretor contou com a dupla de roteiristas do primeiro filme, Michael Green e Hampton Fancher.


Sem grandes spoilers, a trama conta a história do novato Blade Runner K (Ryan Gosling), que após uma ocorrência rotineira, desenterra um segredo do passado, colocando assim, o futuro da sociedade em grande perigo, tudo porque Niander Wallace (Jared Leto), o novo dono da Tyrell Corporation, instituição responsável por construir seres sintéticos, vê o futuro de sua empresa ameaçado com essa descoberta.


O ponto mais interessante do roteiro é a maneira que ele conecta os dois filmes, trazendo toda a essência da investigação que é uma das marcas do primeiro longa, porém diferente do original, a dupla aqui optou tornar o filme mais acessível ao grande público, ou seja, a narrativa aqui se tornou muito autoexplicativa, deixando tudo mais didático e em quase todos os momentos existem flashbacks para explicar o arco dramático.


Não precisamos dizer que Dennis Villeneuve foi um dos maiores acertos para comandar essa nova versão, o diretor conseguiu criar um universo cibernético bastante realista. Além disso, Villeneuve mostra acima de tudo o respeito a produção original e é claro, existem várias referências à obra de Scott.


Os efeitos são realmente deslumbrantes e a fotografia apesar de estar dentro dos padrões, não é realmente uma das melhores que o diretor já nos apresentou. Infelizmente a trilha sonora dessa nova versão é bastante decepcionante, a composição de Hans Zimmer acaba destoando totalmente do restante da obra. Sobre o elenco todos estão realmente bem.


Talvez um dos maiores erros do longa seja a sua duração de quase 3h, por diversas vezes sentimos que o filme parece que não terá um final, mesmo quando estamos em seu desfecho.


Blade Runner 2049 é aquele tipo de filme ame ou odeie, para quem gosta do gênero vai apreciar bastante, para quem apenas está procurando diversão é melhor evita-lo.


Nota: 6.0/10

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