Existem alguns filmes que se fossem lançados em outro determinado
período da indústria cinematográfica poderiam ter dado. É o que acontece com o
longa-metragem russo, Os Guardiões,
que acaba chegando em um momento onde já existe uma supersaturação de super-heróis.
Toda a sua composição lembra muito o primeiro filme dos X-men e de
maneira alguma Os Vingadores, mas é interessante ver a maneira que eles tentam
criar toda a história fantástica sobre uma sociedade russa e o descontrole do
governo diante do poder que exerce.
O filme começa durante a Guerra Fria, onde uma
organização secreta chamada “Patriota”, recrutou quatro civis para se
submeterem a um experimento de modificação do DNA, para se tornarem
super-heróis, com o objetivo de defender o país de um suposto ataque
sobrenatural. Esse problema acaba nunca acontecendo de fato e eles se separam e
vivem normalmente sem revelar a identidade, até que seu criador, nos dias
atuais, acaba se expondo a produtos químicos e resolve usar todo seu
conhecimento para dominar o planeta Terra, é então que os quatro super-heróis
deveram se unir para tentar salvar o planeta desse super vilão.
O roteiro desenvolvido por Andrey Gavrilov é simplesmente uma colcha de
clichê, tudo que acontece em tela é simplesmente previsível e o pior disso tudo
são diálogos que conseguem ser piores que qualquer filme feito por um canal de
televisão. Fica muito nítido que o roteirista tenta utilizar a história
fantástica para criticar o regime russo, só que se essa tentativa acaba sendo
totalmente equivocada, porque em momento algum o discurso político tem espaço
para levantar essa discussão, já que as cenas de ação acabam sendo inseridas
entre elas e principalmente, o elenco acaba colocando etnias diferentes que não
conseguem ser bem desenvolvidas para criar todo esse arco.
A direção de Sarik Andreasyan não traz nada de novo, até porque o
diretor consegue convencer no quesito entretenimento, mesmo que seja raso, pelo
simples fato que ele segue a cartilha dos filmes de heróis de Hollywood. Porém
quando estamos falando de um longa-metragem desse porte, o mínimo que o público
quer é um cuidado maior com os efeitos especiais e aqui, é tudo muito vergonha
alheia, que deixa até mesmo os efeitos de Once Upon A Time uma obra de arte.
O elenco é completamente desconhecido para o público brasileiro, mas
pelo menos eles conseguem ter um carisma em cena.
Tecnicamente o filme consegue acertar em alguns pontos, como por exemplo
a trilha sonora é bastante interessante, mesmo que ela seja inspirada em longas
americanos e a fotografia do filme é atraente, mas o grande ponto é a montagem
que conseguiu criar um dinamismo para a narrativa, mesmo com um roteiro tão
falho.
Os Guardiões é um filme que deve passar batido por aqui e quem for
assistir pode acabar se decepcionando com uma história bastante fraca com cenas
de ação nada empolgantes.
Nota: 4.5/10
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