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Críticas

Crítica: It - A Coisa


Se Stephen King já havia escrito clássicos como Carrie – A Estranha e O Iluminado, foi com It – A Coisa que o autor conseguiu assombrar e perturbar a mente de milhares de pessoas com a história de um palhaço assassino. Eis que em 2017, chega a vez dessa trama ganhar pela primeira vez as telas do cinema em um dos filmes mais aguardados desse segundo semestre.


No filme um grupo de sete adolescentes, todos marginalizados e sofrendo com constantes bullying na escola, se unem para se defender e principalmente descobrir o mistério que ronda algumas mortes de crianças na pacata cidade aonde vivem. Logo o grupo acaba ficando frente a frente com o responsável pelos crimes, o palhaço Pennywise (Bill Skarsgård) e assim terão que enfrentar o maior de seus medos.


O roteiro desenvolvido por Cary Fukunaga (Beast of No Nation) e Gary Dauberman (Annabelle 2: A Criação do Mal) é simplesmente incrível e um dos melhores comparados a tantas outras adaptações do autor para o cinema ou para a televisão. Um dos principais motivos é por eles conseguiram levar par a tela a principal característica das obras de King: o medo interior de cada um. Aqui os medos dos sete personagens são explorados e mesmo que por algumas vezes eles possam servir apenas para algumas situações de sustos, todos eles funcionam muito bem.


Talvez o único problema do roteiro seja o desenvolvimento dos sete protagonistas, mesmo que todos tenham seu tempo em tela, as características de cada um acabam sendo desenvolvidas de uma maneira que pode acabar atrapalhando a sequência do filme, onde eles já estarão na fase adulta.


A direção de Andy Muschietti (Mama) é excelente e consegue criar a atmosfera sinistra que o filme pede, porém em determinados momentos do longa o diretor peca ao escolher algumas situações muito óbvias, principalmente quando os adolescentes estão frente a frente com o Pennywise. A trilha sonora composta por Benjamin Wallfisch (Batman vs Superman: A Origem da Justiça) ao invés de ir criando medo na plateia, acaba alertando ela do que irá acontecer na cena e isso muitas vezes acaba atrapalhando diversos momentos que deveriam de ser surpreendentes, principalmente quando estamos falando de um filme de terror. Se no original existia um certo pudor em utilizar a violência gráfica devido a produção ser feita para a televisão, aqui esse pudor foi posto de lado e o filme usa de diversos momentos brutais e chocantes para atiçar ainda mais o espectador.


O elenco juvenil do filme é simplesmente um dos melhores que você vai ver em tela esse ano, eles simplesmente possuem carisma, talento, competência e acima de tudo, são marcantes. Se o público já amava as crianças de Stranger Things, agora irão amar essas aqui.


A ideia de não utilizar grandes efeitos especiais é outro acerto, pois o filme tem a clara intenção de ser uma obra retro, principalmente por ele ter toda essa pegada anos 80 e nesse ponto eles conseguem acertar em cheio, pois tudo é muito bem reconstruído, desde a maquiagem, passando pelas roupas até mesmo os elementos cênicos.


O que você vai ver em tela não é uma história para te assustar e sim uma história que mergulha no fundo do medo que todos nós temos dentro da gente.


It – A Coisa é um dos melhores filmes do ano e uma das melhores adaptações do autor para o cinema nos últimos anos. Assustador, perturbador, claustrofóbico e capaz de deixar você sem dormir por algumas noites. Vale a pena conferir cada minuto!

Nota: 9.5/10

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