Crítica: Feito na América

A Netflix conseguiu fazer com que sua série original, Narcos, ganhasse status de pop e principalmente o seu personagem principal, o narcotraficante Pablo Escobar, se transformasse em uma figura midiática para a nova geração. Diante disso, Hollywood não quis perder tempo e embarcou em realizar várias produções sobre o cartel mais famoso da Colômbia. O mais recente filme é do diretor Doug Liman e estrelado pelo astro Tom Cruise, Feito na América.

A história narra a cinematográfica história de Barry Seal (Tom Cruise), um piloto super ágil que devido a sua habilidade na condução de aviões trabalhou para a CIA, para o cartel de Medellín e para Casa Branca, tudo ao mesmo tempo.

O roteiro desenvolvido por Gary Spinelli é fantástico, já que o autor conseguiu se inspirar nas fitas VHS originais do personagem e criar a partir delas toda a narrativa. O longa basicamente é dividido em três atos, que sabem mesclar realmente a cultura pop, além de deixar aquela reflexão sobre até onde somos capazes de ir por nossas obsessões pela ambição sem limites, sem se tornar algo panfletário.

A direção de Doug Liman, que é um veterano já dos filmes de ação e suspense, é muito boa e o diretor consegue criar todo o clima perfeito para a narrativa da história. As tomadas áreas são de tirar o fôlego.

O filme tecnicamente falando é muito bem construído, a reconstituição de época é precisa e detalhista, além de trazer uma montagem que acaba mesclando cenas reais com as do próprio longa que dão um ritmo e também uma veracidade maior para história, que acaba empolgando a plateia. A trilha sonora também é muito boa e acaba ajudando para o avanço da narrativa.

Por mais que o Tom Cruise venha repetindo ao longo de sua carreira os mesmos personagens, aqui esse piloto automático acaba ajudando a compor a personalidade meio alucinada de Barry.

Se fosse para destacar um ponto negativo (e que na verdade nem atrapalha) é que em determinados momentos o longa opta por ser previsível demais, mas logo tudo muda e ficamos incrédulos diante das loucuras que o personagem faz.