Luc
Besson é um diretor bastante ambicioso e isso é mostrado em diversas produções
dele, como O Quinto Elemento e O Profissional. Eis que depois de
comandar a alucinante aventura de Lucy,
em 2014, ele está de volta em um dos projetos mais ambicioso e mais caro do
cinema francês: a adaptação do quadrinho Valerian
e a Cidade dos Mil Planetas.
A trama conta a história de Valerian
(Dane DeHaan), um viajante do tempo que trabalha para o governo e luta ao lado
de Laureline (Cara Delevingne) para proteger o planeta Terra e outros planetas
aliados das ameaças de bandidos intergalácticos. Após serem enviados para o
planeta Alpha eles precisarão confrontar uma operação que ameaçará a vida de
milhões de pessoas.
Diferente do que estamos acostumados a encontrar na
maioria dos filmes, aqui existem dois prólogos para explicar bem para o
espectador onde ele está embarcando a partir de agora. Tudo é muito bem
apresentado, desde como tudo se sucedeu entre as relações humanas e
alienígenas, e o segundo serve basicamente para dar o ponta pé inicial na
trama. E é exatamente aí que começamos a ter alguns problemas, porque
simplesmente a trama desse ato é bem rasa, não tem nada de inovador e acaba se
tornando desinteressante para o público que está assistindo. Ou seja, a duração
de 2h17 do filme acaba se transformando em quase 3h, de tão arrastada devido
aos clichês e situações políticas que acabam tomando conta do longa.
Se a trama tivesse ficado somente no primeiro ato,
talvez teríamos algo bem mais atraente para acompanhar, porque poderia ser
explorado todo o choque de cultura e também a sua socialização, o que de fato
combina mais com o título do filme.
Os nossos protagonistas, Dane DeHaan e Cara
Delevingne, conseguem ter uma excelente química em cena, porém eles não possuem
um carisma suficiente para conquistar o público com seu carisma. Além deles, o
filme ainda conta com a presença dos indicados ao Oscar, Ethan Hawke e Clive
Owen, em papeis um tanto quanto mal aproveitados. Hawke aparece bem rápido em
cena, que se piscarmos os olhos já perdemos, enquanto que Owen tem um destaque
maior, porém seu personagem acaba sendo muito mal aproveitado no último ato. E
sobre a atuação de Rihanna, bem essa a gente nem comenta, né.
Um dos maiores problemas de Valerian e a Cidade dos Mil Planetas está em seu roteiro, que
começa muito bem e acaba numa bagunça total. Para termos uma ideia da bagunça,
por diversas vezes você fica se perguntando o que está acontecendo, porque
existe clara a sensação que você cochilou em algum momento e perdeu algo
importante. Quando estamos nos aproximando do final do longa, as situações que
são colocadas em tela é totalmente confusa e fica essa sensação descrita acima.
Se o roteiro é confuso, os efeitos visuais são
simplesmente magníficos e realmente funciona em 3D.
Valerian e A Cidade dos Mil Planetas é um filme que tinha
tudo para ser um épico do cinema de ficção, mas devido ao seu roteiro confuso e
raso, acaba se tornando apenas mais um filme de ficção. Por outro lado ele
impressiona pelos efeitos visuais e pela coragem de criar um universo próprio.
Nota: 8.5/10
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