A
franquia Planeta dos Macacos sempre
souber ser muito bem explorada durante toda a sua trajetória no cinema,
independente seja a versão original, o reboot ou até mesmo essa atual franquia,
além disso os símios já passaram pelos quadrinhos e até mesmo em uma série de
televisão. Podemos dizer que essa nova safra da franquia começou lá em 2011,
sob a direção de Rupert Wyatt e depois os dois últimos filmes (incluindo esse)
passaram para o comando de Matt Reeves. Acompanhamos sua Origem, o seu Confronto
e agora chegamos ao ápice da história de César e seu grupo em A Guerra.
César está recluso na floresta junto com outros
macacos e consolidou-se como uma figura praticamente sacra em relação a seus
companheiros e uma lenda perante os humanos. Ele mantém a mesma postura que
sempre adotou: uma busca incessante por paz e o fim da guerra entre humanos e
macacos. Contudo, tudo muda quando seu filho mais velho e sua mulher são mortos
em meio a tantas emboscadas por um grupo de militares, cuja base fora formada
sob o comando de “O Coronel” (Harrelson) para extinguir a raça inteligente de
macacos. Esse sentimento de rancor e vingança que nasce nele acaba trazendo à
tona sombras e fantasmas anteriores, como o retorno de Koba em sua mente e como
os seus atos do seu lado mais sombrio são pautados pelas lembranças dele.
Não tem como negar que a troca de direção de Wyatt por
Reeves só trouxe melhoras para esse universo. O diretor demonstra novamente
toda a sua capacidade e o talento que tem para conduzir a sua narrativa. Mesmo
trazendo em seu semblante o ar de cansaço, mas disposto a defender a sua raça e
principalmente garantir a paz entre seus semelhantes, César parte em uma
jornada junto de seus amigos mais próximos para confrontar e vingar sua família
do Coronel e seus militares. Reeves nos entrega aqui um road movie, onde os
nossos protagonistas passam todo o tipo de perigo, desde o frio eminente, a
tortura, a fome e a sede de alcançar o seu objetivo principal. É muito
interessante ver que a maneira que as experiencias deles vão acontecendo, vai
também moldando a visão deles para a quebra de diversos preconceitos que
possuíam em relação aos humanos, principalmente quando veem o que eles são
capazes de fazer contra a sua própria espécie e também essa visão é mudada
depois da chegada de Nova (Miller), uma garotinha doente e muda, que acaba
servindo principalmente para unir esses dois mundos em meio a guerra.
O diretor ainda presta as suas homenagens a algumas
obras clássicas do cinema, como Apocalypse
Now (1979), Platoon (1986) e O Homem Errado (1957). Uma das cenas
mais marcantes desse último filme é a alusão que o Reeves faz ao comparar o
Coronel e o seu exército com o nazismo de Hitler.
Podemos dizer que mesmo não atuando como humano, Andy
Serkis nos entrega uma atuação majestosa e que deve ser lembrada pela Academia
para uma indicação no Oscar 2018 e o mesmo vale dizer de Wood Harrelson que nos
entrega um personagem que em momento algum esboça bondade e que faz com que
odiemos ele do começo até o final.
Planeta dos Macacos: A Guerra é sem sombra de
dúvidas um dos melhores filmes de 2017 e encerra com chave de ouro uma franquia
que muitos não levavam fé. Podemos dizer até que ela consegue se sair melhor
que os filmes originais.
Nota: 9.5/10
0 Comments:
Postar um comentário