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Crítica: Os Meninos que Enganavam Nazistas


Se existe uma história que nunca terá fim nos cinemas, é o período conturbado e negro que o mundo viveu com o holocausto. Como é de praxe todos os anos termos alguma obra que envolva essa temática, em 2017 temos a adaptação de Os Meninos que enganavam Nazistas, trazendo uma visão mais intimista sobre como esse terrível período que acabou afetando os rumos de uma família na França.


No filme os irmãos judeus Maurice (Batyste Fleurial) e Joseph (Dorian Le Clech) embarcam numa “aventura” perigosa para fugir dos nazistas que invadiram a França, eles apesar da adversidade ao longa da jornada, se mostram inteligentes para escapar do perigo que os cercam. A dupla tem como missão sobreviver e tentar unir novamente a família.


O roteiro desenvolvido por Christian Dugray (A Cilada) é bastante delicado ao apresentar a intimidade da família que precisa se separar para poder tentar sobreviver, o olhar infantil sobre os fatos só contribui para dar ao longa um tom de quase uma fábula mediante ao horror da guerra. Talvez o maior equívoco do longa seja o excesso de manipulação de sentimento ao tentar arrancar lágrimas dos espectadores, fato esse que é mais que desnecessário, já que a história desse período por si só já mais que suficientemente triste, mesmo assim isso não chega a ser um incomodo durante a projeção.


Aparecendo como um pano de fundo para a história, o rito de passagem do personagem Joseph acaba se tornando um dos melhores momentos do longa, que vai deixando de lado a inocência de ser criança para ganhar os atributos de um adolescente e tudo isso é muito bem defendido pelo ator.


O elenco está muito bem, principalmente o jovem ator Dorian Le Clech, que entrega nos momentos dramáticos todo o seu potencial, mas não é só isso, ele consegue conquistar a plateia desde o começo com seu carisma e de imediato ficamos na torcida que dê tudo certo para o personagem. É quase impossível não se emocionar com as cenas que envolvem Le Clech e Batyste Fleuriel.


A fotografia do filme é belíssima, situada no interior da França e da Itália, e muito bem explorada pelo diretor nessa jornada do herói.


Os Meninos que enganavam Nazistas é uma grata surpresa que promete emocionar a todos com uma história familiar e sensível em meio ao horror do holocausto. Mesmo sendo um assunto que para muitos esteja saturado, é preciso cada vez mais ser abordado para nunca mais voltar a ocorrer.

Nota: 8.5/10

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