Gostando ou não do polêmico Batman
vs. Superman precisamos dizer que é praticamente unanimidade que durante,
toda a produção do filme, a Mulher-Maravilha roubou a atenção de todos e
deixando os protagonistas como mero coadjuvantes. Era mais do que evidente que
após essa demonstração para o público, o hype para o filme solo da heroína apenas
se intensificaria e conforme, os trailers eram liberados, sabíamos que poderíamos
ter duas reações: ficar satisfeitos com o resulto ou extremamente
decepcionados. Felizmente, temos aqui um resultado mais que positivo para o DC
Universe nos cinemas.
A trama principal tem início em Temiscira, a ilha das amazonas, à parte
do mundo dos homens, habitada somente por essas mulheres guerreiras. A paz que
há tanto cultivavam é interrompida quando o avião de Steve Trevor (Chris Pine) cai em uma das praias da ilha. Após salvá-lo,
Diana (Gal Gadot) e as outras amazonas descobrem da Grande
Guerra que assola todo o mundo exterior. Compelida a lutar pela paz, aquela que
ficaria conhecida como a Mulher-Maravilha decide partir junto desse homem, na
esperança que ele o leve até Ares, quem a guerreira acredita que está causando
todo o conflito, em razão das histórias que escutara quando criança.
O roteiro desenvolvido pelo estreante, Allan Heinberg, é preciso em
apresentar a origem da nossa heroína, existe toda uma grandeza e riqueza ao
apresentar os detalhes dentro da mitologia do local e também do planeta, e
todas as características da ilha da Amazonas e também da personagem são
bastante compreensíveis e realizados de uma maneira que não o torna nem didático
e nem cansativo. Além disso, o texto desenvolvido por Heinberg para o filme
deixa claro que o filme é bem contemporâneo e desde a primeira cena sabemos que
ele dá voz ao empoderamento feminino, não só pelas atitudes apresentadas pela
protagonista como principalmente no discurso que o filme emprega, fora que
ainda tem espaço para falar sobre racismo, abuso de poder e machismo. Ainda
falando sobre o roteiro, precisamos dizer que outro grande acerto é que ele
consegue mesclar muito bem o tom fantástico com o realismo, sem que se torne
algo desiquilibrado como aconteceu com outros filmes desse universo da DC.
A direção de Patty Jenkins (Monster: Desejo Assassino) em seu segundo
filme mostra que a diretora tem um grande talento para conduzir o elenco, mas o
mérito mesmo está nas coreografadas cenas de ação, principalmente na sequencia
que acontece durante a segunda guerra, no combate entre ingleses e alemães, é
intensa e muito bem filmada, que deixa qualquer um com o queixo caído.
Falando sobre o elenco, todos estão em seus melhores momentos e nos
entregam um show de interpretações. Gal Gadot é um show de carisma, força,
doçura e consegue conduzir essa personagem tão marcante, além de ter uma ótima
química em cena com o seu parceiro Chris Pine, que também consegue se sair muito
bem como o espião Steve. Agora se temos que falar um ponto negativo para o
elenco, esses seriam para os grandes vilões do filme, nem tanto pelos atores,
mas sim pela maneira que eles foram concebidos pelo roteiro, os atores Danny Huston
e David Thewlis além de não aparecerem durante boa parte do filme e não chegam
a causar um temor entre o público, eles quando surgem em tela não conseguem
desempenhar a caraterística básica de um vilão.
O bom disso é que são poucas coisas que realmente deixam a desejar na
produção, como os vilões que não conseguem funcionar como a gente queria, outro
ponto que deixa a desejar é o terceiro ato que é praticamente o erro comum de
quase todos os filmes de super-heróis, a famosa cena de ação enorme repleta de
reviravoltas que por muitas vezes são desnecessárias ou inconsistentes. Outro
problema grave é alguns efeitos especiais que são realmente ruins e incômodos,
que nem parece que estamos vendo o mesmo filme.
A
montagem do filme está bem realizada, dá um ritmo ágil para a narrativa,
principalmente para conduzir a trama que é dividida em três grandes momentos.
Mulher-Maravilha não
é ainda a obra-prima que o DC Universe precisa, mas soube muito bem apresentar
a personagem para o grande público e de quebra trazer todo esse poder feminino
que faltava para o universo dos heróis. De longe, é o melhor filme da DC e
podemos dizer que ele consegue ser comparado a algumas primeiras produções da
Marvel no cinema.
Nota: 8.0/10
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