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Críticas

Crítica: Antes que eu Vá


Sabe aquele filme que é bastante despretensioso e que de longe quer realmente ousar, mas que consegue entreter e passar uma bela lição de vida? Bom, é mais ou menos isso que vocês vão encontrar em Antes que eu Vá, adaptação do romance de Lauren Oliver.


A trama acompanha Samantha Kingston (Zoey Deutch) uma garota de classe média alta, bonita, carismática, criada em uma família bem estruturada e aparentemente nunca passou por qualquer dificuldade em sua vida, seja em casa ou na escola. Eis que em uma sexta-feira que deveria ser repleta de novas experiências, ela acaba sofrendo um acidente e morrendo. No entanto, no ápice do que seria a sua morte o dia se reinicia novamente como se tudo tivesse sido um sonho. Será que foi?


Essa pergunta vai permanecer na cabeça do público durante boa parte da projeção do filme e acaba funcionando muito bem, graças ao roteiro que é bem estruturado durante todo o desenvolvimento de sua trama. Apesar de tudo isso, o roteiro escorrega por usar demais o recurso de repetir o mesmo dia, chega um determinado momento que você já está cansado de reviver as mesmas cenas.


O elenco do filme está bem dinâmico e consegue despertar a atenção do público. O grande destaque fica por conta da atuação da jovem Zoey Deutch, que através de seu carisma consegue conquistar o público e principalmente passar todas as aflições que permeiam a protagonista, Samantha, principalmente quando ela se encontra presa nesse loop infinito das repetições. A outra atriz que consegue dar um tom a mais para a trama é a Halston Sage, que faz a “evil bitch” Lindsay, que escolhe essa personalidade para esconder todas as suas inseguranças. Uma das personagens que acaba mais fugindo do tom é a Juliet, interpretada pela atriz Elena Kampouris, que dá a personagem uma caracterização muito exagerada e quase beirando ao cômico em determinados momentos, mas felizmente isso não compromete o filme em absolutamente nada.


Muitos vão comparar que o filme bebe na fonte direta de Meninas Malvadas, pelo fato de conter quatro protagonistas que são super populares no colégio e usam isso para menosprezar e humilhar a todos. Samantha é a única do grupo, que apesar de tudo ainda esboça um certo desconforto em relação as atitudes ácidas das amigas, principalmente quando passa a reviver o mesmo dia e percebe o quão gratuita são essas agressões.


No quesito direção de fotografia, o filme soube trabalhar muito bem as cores de ambientação e a caracterização das cenas, onde podemos  perceber que existe um ruptura climática entre as cenas internas e externas, além de uma iluminação que vai escurecendo conforme a situação da nossa protagonista vai se agravando.


A direção de Ry Russo-Young é muito segura e nos entrega um trabalho muito acima da média. Ele consegue criar em um mesmo ambiente o drama e o suspense sem perder o controle de nenhum deles.


Antes que eu vá é um filme essencial para os jovens e também para os pais, certamente ele vai dar muitos tapas na cara com sua mensagem final. Se você vai chorar? Olha isso vai depender de como a história vai tocar em você, mas podem ter certeza vocês vão se surpreender positivamente com a história da Samantha.

Nota: 8.5/10

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