Talvez uma das sequências mais aguardadas de 2017, Alien: Covenant, tem todo
esse alarde devido que o seu diretor Ridley Scott em algumas entrevistas,
prometeu que teríamos muitas novidades, comparado com o longa anterior, Prometheus,
porém essa nova sequência infelizmente não cumpre em nada do prometido.
O longa mostra a nave
colonizadora Covenant, no ano de 2104, seguindo rumo ao planeta Origae-6. Um
acidente cósmico, faz com que o androide Walter (Michael Fassbender) tenha que
despertar 17 tripulantes para fazer reparos na nave e assim seguir na missão, no
entanto durante o conserto eles recebem uma mensagem de um planeta não
identificado, levando o capitão a mudar os planos, mesmo indo contra alguns
tripulantes que preferiam seguir no plano original, o convencimento geral
aconteceu já que esse planeta poderia reduzir o tempo de viagem em alguns anos.
Só que ao explorar o local, eles logo descobrem que lá existem seres
extremamente perigosos, o que vai tornar a jornada uma verdadeira luta pela
sobrevivência.
O roteiro desenvolvido por John Logan (o mesmo do sucesso Gladiador) e
do estreante na função, Dante Harper, consegue ser superior ao de Prometheus,
porém ele não consegue ser redondo e uma obra-prima como muitos estão esperando.
Um dos principais acertos do longa é explorar a filosofia que a história
apresenta, ou seja, o criador e a criatura e tudo aquilo que permeiam a sua
volta, sendo que a abertura já mostra mais ou menos isso ao nos apresentar um
longo diálogo entre um androide e seu criador, revelando que essa conversa irá
permear toda a narrativa na sequência. Só que o filme começa a pecar ao colocar
personagens supostamente dotados de uma inteligência, realizando atitudes no
mínimo estúpidas e inconcebíveis, tudo pelo simples fato deles serem mortos
pelas criaturas locais, o que rapidamente acaba afastando o público da trama.
Não existe uma personagem feminina significante no longa, todas elas estão
extremamente mal construídas e em momento algum lembram a icônica personagem de
Sigourney Weaver, a nossa eterna Ellen Ripley.
Os fãs podem ficar tranquilos, porque existem nesse novo longa uma
espécie de homenagem aos outros filmes da franquia e algumas cenas, personagens
e até mesmo alguns diálogos remetem a nossa memória os momentos que já vivemos
dentro dessa saga. Só que isso pode acabar desagradando o restante do público,
que vai achar que isso é apenas uma falta de criatividade.
O trabalho de Ridley Scott aqui é louvável, já que ele usa muito bem em
seus dois primeiros atos a linha narrativa que foi escolhida na primeira cena
do longa, para apresentar a criatura e do criador dentro do universo, cada cena
e diálogo são de extremo capricho, além de levantar a questão de como o ser
humano consegue ser o seu pior inimigo, já que a ganância acaba levando para a
ruína total. Porém no terceiro ato, o filme acaba virando uma bagunça total e
seguindo para o apoio dos efeitos especiais e cenas de ação que todo
blockbuster precisa ter para ganhar a atenção do público, fora que toda as
cenas de suspense e tensão são superficiais, rasas e em momento algum conseguem
causar aquela sensação de medo ou perigo no espectador.
Como já havia dito que o filme tem graves problemas com suas personagens
femininas e a culpa não é só do roteiro, o elenco feminino não tem carisma
algum para conquistar o público e nenhuma delas consegue de fato ter um
destaque na trama, por isso quem acaba roubando de fato a cena é o ator Michael
Fassbender, que consegue nos entregar uma atuação acima da média de muitos dos
seus personagens anteriores.
Alien: Covenant tinha tudo para ser um grande filme, mas infelizmente ele passa bem longe disso e nos entrega um filme bastante insonso, desagradável e que dificilmente irá agradar alguém que já tenha visto algum outro da franquia.
Nota: 5.5/10
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