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Crítica: Vida


O mistério que nós humanos temos sobre o que o espaço tende a nos apresentar e a dúvida se realmente estamos sozinhos no Universo, sempre rendeu ótimos frutos dentro do cinema. Seja eles uma visão mais assustadora ou com uma mensagem de esperança, mas todos sabem o quanto é divertido falar sobre alienígenas e um dos grandes filmes Alien – O 8º Passageiro, realmente brincou e acabou lançando uma escola a ser seguido, para quem quiser apresentar de fato uma história interessante e ao mesmo tempo assustadora.


Porém se formos pegar e comparar o clássico de Ridley Scott com o novo longa-metragem Vida, podemos ver que ele tenta a todo custo se aproximar daquela proposta, tanto que é impossível você não entender as diversas referências que o longa faz.


A trama começa quando um grupo de astronautas na Estação Espacial Internacional resgata uma sonda que carregava valiosas amostras do solo marciano, onde encontram um organismo misterioso que é comprovado como a primeira evidência de vida fora da Terra. Porém, quando o organismo alienígena começa a evoluir-se para uma forma hostil e letal, o grupo precisa lutar para mantê-lo em quarentena e impedir qualquer risco de contaminação, assim como evitar uma possível entrada na Terra.


Realmente é uma história fácil de se criar e que cria diversas possibilidades para um bom desenvolvimento, além de ser um ótimo exercício de tensão para qualquer diretor. O roteiro desenvolvido pelo Rhett Reese e Paul Wernick, ambos roteiristas de Zumbilândia e Deadpool, é bastante arriscado, um dos motivos é que a dupla traz o seu estilo de criar personagens engraçadinhos e sarcásticos, ao mesmo tempo que criam um universo simples, mas bastante coeso. Tanto que o personagem de Ryan Reynolds está bastante forçado e artificial, já que o ator é que recebeu a missão de ficar encarregado das piadinhas prontas ou de alguma referência pop. Os demais personagens também acabam sendo estereotipados, mas pelo menos eles ganham força com o elenco formado por Jake Gyllenhaal, a excelente Rebecca Fergunson e os desconhecidos Ariyon Bakare, Hiroyuki Sanada e Olga Dihovichnaya.


Daniel Espinosa demonstra uma direção eficiente e bastante admirável, comparado aos outros filmes em seu currículo. Logo nas primeiras cenas, ele exibe todo o cuidado ao estabelecer o espaço e a presença da Estação Espacial, em um plano lentíssimo (se você não estiver preparado para acompanhar essa cena, você pode acabar dormindo durante os créditos de abertura) que vai aos poucos revelando a instalação sob a contra-luz do sol, tudo isso acompanhado de uma trilha bastante assustadora. Espinosa, não se sujeito a fazer escola só com Alien e como também pegou referências em Gravidade, ao trazer desde a simulação da gravidade zero até os mais elaborados planos sequências dos personagens flutuando pela janela de uma cabine.


Os dois maiores problemas que o filme enfrenta é as falhas no roteiro em determinados momentos e também na artificialidade da computação gráfica. À medida que o organismo vai se desenvolvendo e crescendo, o CGI vai ficando cada vez mais falso e destoante daquele universo criado logo no começo do filme. E se a ideia de Espinosa era fazer com que essa criatura fosse assustadora e perturbadora, ele acabou errando feio, pelo simples fato que tudo isso acabou sendo prejudicado pelos elementos de CGI equivocados.


Vida, segue de perto a escola Alien no quesito terror espacial, consegue oferecer um entretenimento e é quase capaz de envolver e prender a atenção do público, principalmente pela eficiente direção e o seu elenco bastante competente. Só de vermos um filme de ficção original, já é um dos grandes méritos para esse começo de 2017.

Nota: 6.5/10

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