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Crítica: Velozes e Furiosos 8


Quando a franquia Velozes e Furiosos iniciou lá nos anos 2000 ninguém imaginava que 16 anos depois estaríamos no oitavo filme da série. Mesmo com altos e baixos, além de uma grande perda no elenco, esse oitavo filme abraça de modo escancarado o lado galhofa de ser da franquia.


A trama começa em Cuba, onde Dom (Vin Diesel) e Letty (Michelle Rodriguez) têm sua lua-de-mel interrompida por confusões com um corredor de Havana que se envolve em uma briga com um primo do protagonista, mas isso só serve para a boa, divertira e irreal (mas essa é a graça) sequência inicial do longa, que não demora a desenvolver o resto de sua história. Dom conhece Cipher (Charlize Theron), que o recruta para uma missão perigosa através de uma chantagem, o convencendo a trair seus amigos e seguir o caminho que os acaba colocando como inimigos durante o que segue.


Como o roteiro de ação, a ação não demora para começar a ser desenvolvida e tudo passa a acontecer muito rápido (e algumas vezes isso pode causar uma certa confusão) para que as longas e bem elaboradas sequências que envolvem perseguições, tiros, lutas e explosões tomem conto do longa inteiro. Desde uma das mais fugas mais divertidas da prisão, passando por uma chuva de carros em plena Nova York e encerrando em uma das mais insanas perseguições envolvendo um submarino nuclear (Sim! Você não leu errado) em um deserto de gelo russo.


A direção de F. Gary Gray (Uma Saída de Mestre e Straight Outta Compton: A história do N.W.A.) consegue fazer uma ação envolvente, com movimentos de câmera que vem acompanhado de acrobacias de carros e também de corpos que dançam pela tela. Aliás, praticamente todas as cenas de ação tem um bom ponto de virada na narrativa, o que as tornam não só divertidas, mas como relevantes para a sua trama.


O grande erro de Velozes e Furiosos 8 é quando ele passa a se levar sério demais e a desenvolver os personagens. Mesmo tendo boas cenas envolvendo o relacionamento entre Don e Cipher, algumas situações quando surgem em tela parece que já assistimos em algum outro filme, de tão clichê e exagerada que acabam soando. O aprofundamento fraco de alguns membros da equipe acaba sem desnecessário e virando apenas um engate para cenas de comédia pastelão. De todos os personagens ali presente talvez Letty (Michelle Rodriguez) seja a mais bem desenvolvida e com verdadeiras motivações, só que ela acaba perdendo espaço em tela toda vez que Dwayne Johnson, Vin Diesel e Jason Statham surgem para trocar socos com alguém ou até mesmo para servirem de alívios cômicos.


Além de uma rápida participação, mas que já vale por muitos personagens, da ótima Helen Mirren, o grande destaque feminino é a vilã vivida pela Charlize Theron (Mad Max: A Estrada da Fúria), que rouba a cena toda vez que aparece, só que acaba perdendo o interesse do público devido as suas motivações nunca sabermos de fato de onde ela surgiu e por que ela busca essa vingança.


Esse sem sombra de dúvidas é o filme da franquia que aposta nas mais absurdas e irreais cenas de ação, que acabam sendo misturadas com um humor pastelão, o terceiro ato é de longe o mais o inteligente e preciso para encerrar bem esta historia que é desenvolvida ao longo do roteiro, mas não vá pensando que essa historia vai encerrar por aqui pois existem brechas para mais um novo filme.


Velozes e Furiosos 8 é um prato cheio para os fãs da franquia e que buscam um filme de ação frenético, divertido e que faça você desligar o cérebro por mais de 2h dentro da sala de cinema. Esse oitavo filme abraça de vez o jeito “galhofa” de ser e isso de maneira alguma destrói a franquia. Foi uma ótima maneira de dar continuidade depois de um sétimo filme bastante melancólico.

Nota: 8.0/10

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