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Críticas

Crítica: A Cabana


Provavelmente você já deve ter visto ou escutado alguém falar sobre os filmes cristãos norte-americanos, afinal meia volta somos surpreendidos com algum estreando por aqui. Eis que a mais nova obra desse gênero é a adaptação de um best-seller chamado A Cabana.


Mack Phillips, que, anos após o desaparecimento de sua filha e com um difícil relacionamento com seus dois outros filhos e sua esposa, recebe um convite, aparentemente vindo de Deus, para um encontro na cabana onde provas do assassinato de sua filha foram encontradas. Mack, então, passa o fim de semana na companhia de três estranhos (a princípio) que representam a Santíssima Trindade: Deus, Jesus Cristo e o Espírito Santo.


A abordagem do longa merece ser muito elogiada porque mesmo utilizando a base do modelo cristão da crença em algo maior, com diálogos que citam explicitamente os problemas de certas religiões, as diferenciando da espiritualidade e no que ela acredita.


A busca de Mack pela superação do passado e o compreendimento do perdão vão nos levando a uma história que por muitas vezes se torna pessoal, o que deixa a experiência do filme muito interessante, porque assim cada pessoa terá uma visão diferente e uma mensagem também.


Stuart Hazeldine faz a sua estreia nos cinemas, ele já havia dirigido um filme de baixo orçamento em 2009, mas esse é seu primeiro longa para o cinema, nos entrega um trabalho caprichado, bem dirigido e com um ritmo que para alguns pode ser cansativo mas para outros é como se realmente estivéssemos acompanhando Mack na sua jornada. A trilha sonora ajuda muito bem esses momentos, além de embalar com as mais belas canções gospel americana.


Apesar de Sam Worthington ser creditado como o protagonista Mack, sua atuação é prejudicada devido a péssima desenvoltura do ator, que por diversos momentos é como se ele estivesse em um estado de choque e não conseguisse atuar, mas isso não incomoda tanto por o filme pertence a uma das mulheres mais talentosas e brilhantes que surgiram no cinema nos últimos anos, Octavia Spencer. A atriz dá um banho de interpretação ao dar vida a Papa/Deus, mesclando a comédia e o drama em uma dose certa. Outra atriz que se sai bem mesmo tendo um papel de menor destaque é a brasileira Alice Braga, no papel de Sabedoria.


Um dos pontos mais fortes do longa é sua fidelidade ao produto original (no caso o livro), para quem leu vai perceber que as mudanças feitas foram as mais sutis possíveis, e o outro ponto positivo é na parte técnica, já que o filme tem uma fotografia de deixar o queixo caído. Os coloridos são fantásticos (boa parte das filmagens foram realizadas no Canadá) e ao mesmo que mesclam com as cenas mais frias, elas conseguem dar aquele quebrante e deixando o filme em um tom único.


A Cabana infelizmente não é um filme para todos os públicos, você precisa estar aberto a vivenciar essa experiência de quase 2h20, caso o contrário procure outro filme. Uma adaptação fiel que vai fazer com que o seu público se emocione e se identifique em diversos momentos, algo raro hoje de encontrarmos tratando-se de adaptações.


Nota: 8.5/10

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