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Críticas

Crítica: Até o Último Homem


Existem alguns filmes que manter-se isento de opinião é quase inevitável, é exatamente isso que acontece com o mais novo trabalho de Mel Gibson, Até o Último Homem. O filme aqui é dividido em três atos e narra a história de Desmon T. Doss, um médico do exército estadunidense que apoiou a campanha yankee no Japão sem ao menos tocar em uma arma, já que sua religião não o permitia: o primeiro ato narra a sua vida antes da guerra, mostrando a difícil relação com o pai e também a descoberta do amor pela garota com quem iria casar, o segundo ato mostra o preparo para a guerra nos campos de treinamento do exército norte-americano e no último ato, temos então as batalhas que o médico vivenciou.


Essa é realmente uma história inspiradora, daquelas capaz de provocar diversas emoções e comover fortemente o espectador, fato que o roteiro desenvolvido pela dupla Robert Schenkkan e Andrew Knight souberam captar ao trazer diálogos repletos de frases de efeito ou sequencias de eventos que segue a clássica estrutura do fracasso ao sucesso. Mesmo que uma narrativa fraca, mas que acaba ganhando um ótimo texto por causa do desempenho desses roteiristas.


Tudo isso acaba ganhando vida através da forma visceral e explosiva do diretor Mel Gibson, que surge bastante inspirado nas criações das sequencias de ação. O diretor é conhecido pelo seu realismo e também pela utilização da violência extrema em seus trabalhos anteriores, as cenas envolvendo o campo de batalha são inacreditáveis. A câmera aqui caminha em meio as trincheiras de maneira para captar cada detalhe, sendo notável o uso de lança-chamas em um determinado momento. A equipe de edição e mixagem de som merecem o aplauso, já que conseguem fazer o espectador mergulhar no barulho e também no desespero do combate, com o nível de som altíssimo de suas metralhadoras e explosões. Preparem-se para assistirem corpos sendo dilacerados, tripas voando e sangue jorrando, são apenas três cenas dessas que o acabam colocando facilmente ao lado de grandes obras de guerra já feitas no cinema, como O Resgate do Soldado Ryan.


Porém um dos pontos mais negativos do longa é maneira que ele escolhe dramatizar toda a situação, ele ao tentar mirar no lírico e no humano, acaba acertando no piegas e acaba deixando tudo tão artificial e com pouco significância. Alguns diálogos beiram o cafona e tal idealização em volta do personagem de Andrew Garfield, também não escapa de uma representação bastante clichê.

Até o último Homem traz um retorno triunfante do diretor Mel Gibson aos cinemas, já que ele nos entrega quase um épico de guerra. Existem alguns excessos, mas nada que prejudique o filme.

Nota: 8.5/10 

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