Será que realmente que todos os fins justificam os meios? É seguindo mais ou menos essa lógica que somos apresentados a trama principal do longa-metragem, Armas na Mesa.
Elisabeth Sloane (Jessica Chastain), uma lobista poderosa dos Estados Unidos que não mede esforços e se for necessário usa de estratégias ilegais para atingir seus objetivos. Sloane num certo dia é convidada para apoiar a bancada do congresso americano que é pró-armas, no entanto, ela é contraria a ideia e resolve exatamente apoiar o lado contrário, que tem como meta a aprovação de leis mais rígidas sobre o porte de armas no país. Nesse jogo perigo de poder, Sloane começa a sofrer diversas ameaças pessoais e profissionais, o que faz com que desperte nela um questionamento sobre seus limites para atingir suas metas.
O roteiro desenvolvido pelo estreante Jonathan Perrera, apresentada uma das questões mais polêmicas para a população do Estados Unidos e que cada dia mais é discutida não só entre políticos, mas como também entre todos. O diretor John Maden (de Shakespeare Apaixonado) opta por criar um jogo estratégico do que propriamente uma composição da personalidade de nossa protagonista, o que pode resultar na falta de um reconhecimento em tela.
Um dos grandes trunfos de Armas na Mesa é exatamente em criar o suspense sufocante através dessas estratégias entre lobistas e políticos, graças a uma montagem frenética e uma trilha sonora arrebatadora que juntas constroem um ritmo único a esse jogo nervoso que acompanhamos de ambos os lados. Está certo que em determinados momentos algumas passagens podem ficar confusas ou de difícil clareza, mas no decorrer da narrativa é possível saber o contexto geral do que está sendo construído e realizado em ambos os lados.
Se for para apontar um “problema” ou um ponto negativo, acredito eu que deveríamos falar sobre o final, já que ele acaba soando como piegas ou sem criatividade, mesmo com a reviravolta, que de início soa como empolgante devido a escolho, tudo que acompanhamos ali parece irreal demais principalmente pela personalidade criada da protagonista durante toda a narrativa.
Já sobre o acerto, esse fica por conta da atuação de Jessica Chastain que consegue através de seu talento acima da média encontrar sutilezas que humanizam, em parte, a lobista mesmo que os diálogos não apresentem isso. Mas não é só ele, o elenco todo está de parabéns, o que de fato eleva o nível da produção.
Armas na Mesa é quase um filme de nicho, se você se enquadra no perfil que adora um
ótimo suspense estratégico, certamente vai apreciar esse longa-metragem. Agora
se você está buscando um suspense de desligar o cérebro, pode procurar outra
diversão. Mas mesmo assim, vale a pena conferir já que traz um assunto
importante e que pode render bastante discussões.
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