O
cinema nacional hoje sofre com a ausência de filmes para dois nichos muito
específicos: o infantil e o adolescente. Talvez o infantil seja realmente o
público que está carente de produções, já que o problema das produções para
adolescente seja um produto que consiga retratar essa fase tão difícil. O Último Virgem, a mais nova comédia
voltada para o público adolescente, é mais uma tentativa equivocada de
conquistar esse público.
Dudu (Guilherme Prates), um garoto tímido e que
está no último ano do Ensino Médio e ainda é virgem. Devido a isso, ele sofre
bullying dos colegas que insistem em tentar um modo de ajuda-lo na tarefa de
perder a virgindade. No último dia letivo, Dudu é convidado pela professora
Débora (Fiorella Matheis) para ter aulas extras na casa dela, seus amigos logo
acreditam que o convite é para que a professora ajude o Dudu a ganhar
experiência sexual com ela, a perspectiva do acontecimento faz ele e seus
amigos passarem por diversas confusões, para que nada dê errado no encontro.
Já
no começo do longa-metragem podemos ver que o roteiro de Lipy Adler e L.G.
Bayão, é praticamente uma cópia fiel do universo de American Pie, mas vamos calma, porque ao invés deles pegarem tudo
que poderia dar certo no filme, eles resolveram mirar em tudo que o longa
americano tinha de pior: as piadas machistas, os palavrões, o forte teor a
misoginia, além dos velhos clichês sobre o gordinho, o fortão, o nerd, a garota
viciada em sexo e assim para o pior. Fora que o roteiro tem diversas cenas em
que não acrescentam em nada para o desenvolvimento do arco dramático e pior,
são totalmente previsíveis.
A
direção de Rilson Baco e Felipe Bretas é péssima, os diretores erram a mão em
diversos momentos, porém os erros mais gritantes são os de continuidade. Outro
erro grave do filme é a escolha de elenco, não tem ninguém que consiga se sair
bem no filme. É tudo tão caricato, que você tem a certeza que nenhum deles tem
talento cênico. A trilha sonora é uma das piores da história do cinema
nacional, não consegue encontrar o encaixe perfeito para casar com as cenas e
quando surgem você percebe que não souberam fazer uma boa seleção.
A
maior polêmica e também a maior c***********da do filme inteiro, é mostrar para
os jovens que o uso do Viagra, é realmente bom. Isso é totalmente sem sentido,
principalmente para o público que o filme está atingindo.
Outro
fato que incomoda é que tanto os roteiristas quanto os diretores, se esqueceram
que estamos vivendo em um mundo onde as mulheres conquistaram seu espaço sem
precisar da ajuda do homem ou do seu corpo. Mas pare eles, fica bem claro que
elas são verdadeiros objetos sexuais não pensantes.
Em
contrapartida, o filme parece que tentou bancar o puritano, já que não há
absolutamente nenhuma cena de nudez, nem masculina e nem feminina. Se a
história do longa traz palavrões e um diálogo repleto de um forte teor sexual,
não seria apropriado para a história a nudez?
Nota: 1.0/10
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