Disney traz para o público sua mais cativante " História de Princesa" até o momento.
Se
tem um estúdio que teve um ano de 2016 bastante agitado com certeza foi a
Disney. Desde seus live-actions de
heróis e suas novas versões de seus contos infantis, o estúdio nos apresentou
três grandes obras de animação. Logo no começo do ano fomos apresentados a uma
animação mais madura e que falava sobre diversos assuntos considerados “tabus”
para a Disney, Zootopia conquistou a
todos e desponta como um dos favoritos ao Oscar de 2017 e logo na sua sequência
foi a vez do tão aguardado Procurando
Dory. Sabemos que a qualidade entre os dois filmes é bastante notável, mas
isso não faz deles filmes ruins. Porém, quando a Disney anunciou sua terceira
animação no ano de 2016, muita gente se questionou e até porque já vimos o
estúdio lançar algumas obras uma atrás da outra e elas fracassarem em seu
caminho. Porém o que acontece em Moana –
Um Mar de Aventuras é totalmente o oposto.
O longa acompanha a jovem Moana, filha do chefe de uma
tribo polinésia. Ela decide se aventurar pelo oceano Pacífico a fim de
encontrar o semi-deus Maui, para que unidos eles possam restaurar os poderes de
uma deusa e impedir que todas as ilhas do oceano sejam destruídas. A jornada
não é fácil e os dois precisam enfrentar monstros e inimigos no caminho.
Moana é
sem sombra de dúvidas o filme de princesa da Disney mais diferente de todos os
outros dessa franquia e até mesmo o uso da palavra “princesa”, principalmente
no modo que a Disney coloca em seus filmes, principalmente as que não são da
realeza, como Mulan e Pocahontas, viram piada dentro do longa.
O principal motivo que diferencia Moana dos
outros longas, é a sua mitologia, já que ele mergulha de cabeça dentro dos
mitos e lendas que são criadas a partir da base do folclore polinésio, algo que
foi pouco explorado no fenômeno Frozen –
Uma Aventura Congelante e no fraco Valente,
que possuíam uma carga menor a respeito da sua mitologia.
A
escolha de Ron Clements e John Musker é mais que acertada, até porque eles
foram a dupla que trouxeram o renascimento da Disney no final dos anos 80 com o
sucesso de A Pequena Sereia. Se Moana fosse dirigido por qualquer outro
diretor, certamente não teríamos essa parte da mitologia polinésia tão bem
explorada, como aconteceu com a direção deles. Eles têm o dom de criar histórias
vindas de outras culturas e isso podemos notar em seus longas anteriores, como Aladdin (o mito das Mil e Uma Noites) e A Princesa e O Sapo (animação que trouxe
a cultura africana para dentro das animações dos Estúdios Disney). Conduzindo
essa aventura, os diretores conseguem recriar velhos temas presentes em suas
animações anteriores, como o embate da nossa protagonista que duvida de suas
próprias capacidades e também sobre a relação conturbada entre pais e filhos,
mesmo que o tema possa já estar batido, aqui eles são bem trabalhados e fora a excelente
construção de seus personagens.
Falando
sobre construção de personagens, é muito interessante notar a nossa
protagonista, Moana, não é mais
aquela jovem que espera tudo acontecer, muito pelo contrário é construída como
um jovem autossuficiente. Mesmo embarcando em uma jornada ao lado de um
semi-deus poderoso, a jovem é habilidosa e consegue resolver os problemas apenas
com sua inteligência e agilidade. Não estamos dizendo que Maui é um mero
enfeite, ele tem um papel importante e também é bem explorado pela trama, mas é
que fica difícil competir com a jovem, quando o assunto é proteger e salvar o oceano
pacifico.
Junto
deles temos Heihei, um frango nada inteligente e que serve de alivio comico
para a maior parte da trama, mas que consegue conquistar o público e que sente
a falta do personagem quando ele não está em cena. Enquanto que o porquinho
Pua, usado nas imagens promocionais do longa, não está presente em vários
momentos do longa e isto é realmente é bom, porque não teria um espaço maior
para ele no longa.
Moana tem
um dos universos visuais mais lindos já criados pela Disney. As técnicas de
animação surpreendem a todo momento, desde os cabelos da nossa protagonista até
mesmo as ilhas paradisíacas do Pacífico, tudo ali chega a parecer real. Mas se tem algo que surpreende mesmo é o próprio
oceano, que é um dos protagonistas dessa animação e podemos dizer que o
trabalho de criação dele, deve ter sido um dos mais exaustivos.
A
trilha sonora criada por Lin-Manuel Miranda e Opetaia Foa’i, unidas com a música
instrumental de Mark Mancina, são um atrativo a parte. Elas nos oferecem um pouco
da musicalidade polinésia, o que também traz um diferencial dessa animação para
as outras do estúdio.
Moana – Um Mar de Aventuras é uma das melhores
animações da Disney desde Frozen. Novamente
a Disney traz um filme que vai agradar a toda família e que promete repetir os sucessos feitos por
Elza e também pelo recente Zootopia.
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