Vocês
já pararam para pensar que se realmente existisse alguma criatura demoníaca, o
que será que elas achariam desses filmes que fazem sua representação. Afinal é
sempre a mesma abordagem: Possessões ou um grupo que acaba mexendo com as artes
das trevas. Em Satânico, é a segunda
opção foi a escolhida, em meio a uma narrativa mais porca que serviria quase
para um slasher movie. Agora a
pergunta que não quer calar: Será que esses produtores não percebem que eles
estão fazendo o mesmo de outros longas? Acredito que não.
A trama
gira em torno de quatro jovens (dois casais), que, durante o spring break,
decidem fazer um pit-stop em
Los Angeles a fim de visitar alguns lugares famosos por eventos ligados ao
satanismo. Chloe (Sarah Hyland) é a menina boazinha, e a
única que não queremos assassinar até o término da projeção, seu namorado,
David (Steven Krueger), é a clássica figura do colegial americano que vive em
fraternidade, Elise (Clara Mamet) é uma gótica (essa é a profundidade garantida
à personagem) e Seth (Justin Chon) é o seu namorado, pura e simplesmente. Nessa
jornada eles acabam se metendo com um grupo de satanistas e, sem saber, acabar
sendo marcados pelo diabo em si.
Satânico tem
apenas oitenta e cinco minutos e consegue chamar a atenção pelo fato de que,
dois terços da projeção conseguem servir apenas para enrolar o público e mais
nada. São cenas que trazem uma suposta ameaça ao grupo de jovens, mas que no
fundo sabemos que não vai acontecer nada demais e que tenta criar um momento de
tensão, mas acaba falhando. Para termos uma ideia de quanto mal elaborado é o
roteiro, até chegarmos o destino final do filme, é dado uma volta totalmente
desnecessária e que acaba transformando a curta duração do longa em uma
verdadeira prova de resistência.
Não
existe sequer um desenvolvimento entre os personagens e o interesse do público
em qual personagem vai morrer ou viver, acaba não existindo. O que realmente
acontece é uma torcida para que eles morram o mais rápido possível por dois
motivos: uma por eles serem estúpidos demais e a outra para que o longa acabe o
quanto antes. A atmosfera de terror não existe em momento algum, o que acaba
gerando uma apatia no espectador que torce para que chegue a conclusão do
filme.
A direção
do estreante Jeffrey G. Hunt, antes do cinema o diretor só havia dirigido
episódios para diversos seriados, não consegue ajudar além de utilizar alguns estabilishing shots que
simplesmente não combinam com o gênero. A vontade de saber o que vai acontecer
e a atmosfera de suspense são totalmente inexistentes. A direção de fotografia
precisa rever alguns filmes, pois empregaram uma iluminação tão clara em
momentos em que a escuridão seria uma peça importante.
Satânico
consegue ser pior que uma
tragédia, é um sofrimento tão grande para o espectador quanto para os seus
personagens. Quando o longa acaba a sensação que temos é: Porque fizeram um
filme desses e como é que eles tiveram a coragem de exibir nos cinemas. Ele não
foge do clichê e abusa em todos os sentidos do que o gênero pode usar. Se você
puder, evite de todas as maneiras assistir a essa bomba.
Nota: 1.0/10
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