Adaptar
uma obra do autor Stephen King é uma tarefa um tanto quanto difícil, pois
dependendo da maneira que ela for adaptada podemos ter ou um clássico (como o
original Carrie A Estranha, O Iluminado, Conta Comigo, It – A Obra-Prima
do Medo) ou podemos ter resultados bastante decepcionantes (como O Apanhador de Sonhos, A Maldição e o remake de Carrie). Infelizmente é nessa segunda
opção que a mais nova adaptação do autor se enquadra, Celular, filme que será distribuído no Brasil pela Imagem Filmes, é
uma sucessão de erros atrás de erros.
Um dia, todos os telefones celulares do mundo
sofrem a interferência de uma mesma pulsação, com consequências trágicas: as
vítimas do acontecimento se tornam criaturas assassinas e sedentas por sangue.
No meio do caos, um artista tenta reencontrar o filho.
Dirigido por Tod Williams, o mesmo responsável
por Atividade Paranormal 2 e o drama Provocação, acaba demonstrando uma certa
fragilidade ao comandar o longa. Diversas cenas soam como repetidas ou corridas
mesmo, como por exemplo a cena de transformação das pessoas é totalmente mais
explicada e quando menos esperamos já está tudo acontecendo.
O roteiro adaptado pelo próprio Stephen King e
pelo Adam Alleca (do ótimo A Última Casa
à Esquerda) não é tão ruim mas sabe quando falta algo, então é exatamente
essa sensação que fica no decorrer do longa. Segundo o próprio King, ele
alterou de modo leve a sua obra.
O elenco do longa chama bastante a atenção por
trazer novamente uma parceria entre John Cusack e Samuel L. Jackson em uma obra
do autor depois do elogiado 1408. Mas diferente daquele filme, Joan Cusack aqui
parece que está fazendo aulas de atuação com Nicolas Cage, porque ele vem de
uma safra de filmes tão ruins que um a mais não fará diferença. Já Samuel L. Jackson
consegue
ir alternando entre papeis bons ou outros onde ator está fazendo apenas por
diversão. O restante do elenco é composto pela atriz Isabelle Fuhrman (do
excelente A Órfã e do primeiro Jogos Vorazes) se sai bem no papel de
Alice mas nada que já não tenhamos visto a atriz realizar em seus outros
papeis.
Um
dos problemas mais graves do filme encontra-se em seu ato final, onde parece
que o filme corre para explicar as coisas e tentar apresentar um resultado
final positivo. Mas o que realmente acaba acontecendo é um amontoado de cenas
corridas e que acabam deixando várias pontas soltas no ar.
Celular
acaba sendo mais uma adaptação fracassada de um livro do Stephen King, onde nem
mesmo o aturo consegue realizar um roteiro plausível de sua própria obra. Fora
que o próprio tema envolvendo zumbis já está entrando em saturação.
Infelizmente Celular deve figurar entre os piores filmes do ano.
Nota: 4.0/10
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