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Crítica: Bruxa de Blair (2016)


Em 1999 A Bruxa de Blair pegou todos os críticos e fãs do gênero terror ao reinventar o formato de found footage de uma maneira tão marcante, mas não foi só isso, toda a Hollywood passou a ver as produções de longas com um custo de produção mais baixo com outros olhos. A ideia de trazer essa veracidade dos eventos retratados é na verdade um grande marketing para atrair mais público para os cinemas, principalmente naquele período onde o acesso da internet era bastante limitado. Talvez o único filme depois de A Bruxa de Blair a conseguir um feito desses foi o primeiro Atividade Paranormal, mas que infelizmente suas continuações acabaram destruindo a franquia em um todo. Eis que de surpresa somos apresentados a ela em 2016 com a chegada de Bruxa de Blair, filme que chega ao Brasil nesta quinta-feira. 


A trama é uma sequência direta dos acontecimentos do primeiro, apresentando-nos a James (James Allen McCune), irmão da protagonista do original e que prepara uma expedição para retornar à floresta de Black Hills após encontrar um vídeo antigo da famosa gravação da “Bruxa de Blair” que lhe oferece uma nova pista sobre seu desaparecimento, há 17 anos. Junto com um grupo de amigos e várias câmeras, James embarca na mata que ainda carrega a lenda e o mito da Bruxa de Blair. 


Fica bem claro desde o começo da projeção que sabemos que ele seguirá todos os passos do seu original, apenas inserindo algumas modificações tecnológicas e uma reviravolta bem amarrada pelo roteiro de Simon Barrett. É óbvio que existem algumas outras reviravoltas bem previsíveis e algumas vezes o texto falha em apresentar os mesmos tipos de personagens que estamos acostumados a encontrar em outras produções do gênero, talvez o que chame a atenção aqui é o misterioso casal Lane (Wes Robinson) e Talia (Valorie Curry). 

 
A presença das múltiplas câmeras permite que Wingard crie uma atmosfera bastante interessante para o longa, como as mini câmeras no ouvido de cada personagem (um recurso pouco utilizado no found footage), além do uso antigo de uma câmera de vídeo ou até mesmo a utilização de um drone, mas que na verdade mais decepciona do que surpreende. O clima de tensão e angustia não permeia o filme inteiro, mas a sequência final é teste para cardíaco de tão tensa que é. O diretor talvez peque em determinados momentos é nos falsos jump scares mas de restante ele consegue se sair muito bem.

 
A paisagem sonora é tão fantástica que chega um determinado momento que sentimos que estamos realmente perdidos naquela floresta e que a qualquer momentos vai, literalmente, dar tudo errado. É nesses momentos que conseguimos nos assustar, afinal não sabemos o que estamos enfrentando e qual o tamanho do perigo. 

 
Bruxa de Blair é tão assustador quanto o seu primeiro filme e consegue finalmente nos entregar uma sequência tão boa quanto o original. É claro que por alguns momentos vocês ficarão se perguntando se realmente isso é uma continuação ou remake, mas o mais importante é ver depois de 17 anos, um longa que expande essa mitologia sobre a Bruxa de Blair. 

Nota: 7.5/10

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