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Críticas

Crítica: Carrossel 2 - O Sumiço de Maria Joaquina


Todos nós sabemos que hoje o cinema brasileiro está carente de filmes voltados para o público infantil, se no passado tínhamos longas como Xuxa Popstar, O Noviço Rebelde e Zoando na TV, hoje é quase raro termos algo nesse estilo ou voltado para essa plateia. Porém no ano passado fomos surpreendidos por um dos maiores sucessos infantis em anos no cinema nacional: Carrossel, o primeiro filme baseado na exitosa adaptação da novela do SBT. Diante disso era certo que uma sequência seria planejada. Eis que hoje chega aos cinemas Carrossel 2 – O Sumiço de Maria Joaquina.

 
Nessa sequência os alunos da Escola Mundial se tornaram sucesso na internet com o clipe PanáPaná e a estrela da música brasileira Didi Mel (Miá Mello), amiga de infância da professora Helena (Rosanne Mulholland) convida a turminha para fazer um show com ela, no entanto o que seria uma grande diversão, acaba se tornando um enorme problema, já que Maria Joaquina (Larissa Manoela) acaba sendo sequestrada pelos vilões Gonzales (Paulo Miklos) e Gonzalito (Oscar Filho), no dia do show e a turma precisará passar por enormes e complicados desafios para libertar a amiga das mãos dessa dupla maléfica a tempo de fazer a apresentação.

 
Um dos graves problemas de Carrossel 2: O Sumiço de Maria Joaquina é o roteiro criado por Márcio Alemão Delgado. O roteirista perdeu grandes chances de explorar o amadurecimento dos personagens e por isso nos entrega uma história mais infantil do que o primeiro filme. É visível que ele entrega tudo mastigado pro público e deixando às vezes a narrativa bem menos atraente.


Para os mais novos pode parecer tudo perfeito e divertido, mas para os mais velhos fica aquela sensação de que tudo foi feito as pressas só para explorar o sucesso do primeiro filme. Os tais desafios que a turma precisa realizar para salvar a Maria Joaquina são por diversas vezes incoerentes e sem nexo algum, e em alguns deles, não é nem as crianças que concluem eles.

 
Os diálogos merecem uma atenção maior, já que por diversas vezes eles não acompanham o linguajar real de um pré-adolescente (sendo que o filme dá entender que é para esse público) e a maneira que Delgado sugere para mostrar esse tal amadurecimento dos personagens é a inclusão de selinhos vergonhosos entre alguns casais da trama.

 
O diretor Mauricio Eça conseguiu nos entregar um produto muito bom no primeiro filme do Carrossel e aqui não é tão diferente. Ele continua acertando na direção ao saber explorar o colorido e o frescor da juventude, mas talvez o seu maior erro seja ter recebido um roteiro tão raso e superficial, que não tenha salvação.

 
O elenco do filme também tem seus altos e baixos, por parte da turma quem ganha o destaque merecido é a atriz Larissa Manoela, que já se consagra como uma das melhores atrizes de sua geração e no elenco adulto Paulo Miklos e Oscar Filho, mesmo interpretando vilões caricatos, conseguem roubar a atenção de todos diante suas atrapalhadas graças a química perfeita e um timing cômico bem adequado para a proposta da película.

 
O filme traz também o retorno da professora Helena, interpretada pela atriz Rossane Mullholand, que está novamente correta assim como era na novelinha enquanto isso Mía Mello, que faz sua estreia no longa, é a pior coisa que o longa tem. A atriz está sofrível e é difícil acreditar que ela é a grande vilã do filme, porque soa tudo como forçado.

 
Carrossel 2 – O Sumiço de Maria Joaquina com certeza irá repetir o sucesso do primeiro longa mas que fique claro que ele não é tão bom quanto o primeiro, mas dentro da proposta que ele está inserido vai acertar em cheio o público.

Nota: 7,5/10

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