Em Exibição nos Cinemas

Críticas

Crítica: Caça-Fantasmas

 
Nos últimos anos nenhum filme foi envolvido em tantas polêmicas quanto esse novo Caça-Fantasmas. O icônico filme de Ivan Reitman mostrou-se que tem uma legião de fãs tão fiel que não aceitou a ideia de ter um longa-metragem sem a presença de seu elenco original, formado pelos astros Bill Murray, Dan Aykroyd, Ernie Hudson e o falecido Harold Ramis. A situação ficou fora do controle quando o diretor Paul Feig anunciou que dessa vez o time seria composto apenas por mulheres, o que acabou gerando uma campanha de marketing extremamente prejudica pela recepção negativa do trailer na internet, tanto que hoje o filme possuí a infeliz marca de ser o vídeo mais “descurtido” da História do YouTube. Agora vem a pergunta que não quer calar: Precisava tanto ódio e tanto falatório? Pelo resultado final, a resposta é curta e objetiva: NÃO! A trama optou por não ser uma sequência dos eventos dos dois filmes e sim um recomeço com novos personagens. 

 
A história começa com Erin Gilbert (Kristen Wiig), que é demitida de seu emprego na prestigiada Universidade de Columbia após sua amiga Abby Yates (Melissa McCarthy) divulgar um livro debochado onde as duas tentavam comprovar a existência de fantasmas. Com a iminência cada vez mais crível de uma infestação sobrenatural em Manhattan, Erin e Abby se aliam à engenheira Jillian Holtzmann (Kate McKinnon) e a funcionária de metrô Patty Tolan (Leslie Jones) para formar uma equipe que controle a situação e estude fenômenos paranormais. 

 
O roteiro de Katie Dippold e Paul Feig segue à risca a estrutura do original, sendo que é injusto chama-lo de remake. Mesmo que a centralização da história seja quase a mesma: uma equipe diversa entre si e um ataque fantasmagórico à Nova York, o restante é praticamente novidade e acaba se desenrolando de uma maneira eficiente. Se por um lado, em 1984 quando o original trazia um conceito mais envolto na “celebridade” dos Caças-Fantasmas, agora temos algo bem mais realístico. 

 
A nova equipe também é outro ponto totalmente novo, a começar pela atriz Kristen Wiig, que mantém o seu humor tradicional para ser a “líder” do grupo que aos poucos vai aos poucos aceitando a volta de seu passado, e a atriz consegue se sair muito bem em outras cenas, inclusive um arco dramático onde ela tira de letra. Melissa McCarthy, pela primeira vez surge “sóbria” em tela e nós rende bons momentos e temos Leslie Jones, dando vida a Patty, que surge naquele velha estereótipo de “mulher negra estabanada e escandalosa”, mas que consegue roubar a atenção do público por fazer de uma maneira tão simpática que nos afeiçoamos a ela. 

 
Porém quem rouba o filme para si, é a novata Kate McKinnon, que nos entrega uma das personagens mais carismáticas e divertidas do longa e pasmem, Chris Hemsworth, que depois de uma participação totalmente sem graça em Férias Frustradas, surge como o bobo Kevin. Porém seu humor nonsense é hilário, rendendo constantes piadas quanto a seu porte físico e seu intelecto. 

 
Esse é o sexto filme do diretor Paul Feig, mas é sem sombra de dúvidas o seu melhor trabalho. Aqui o diretor abraça totalmente a ideia do que o longa se propõe em ser e em momento algum ele perde o ritmo em sua narrativa. Outro acerto vai para o diretor de fotografia, Robert D. Yeoman, que aposta em uma paleta de cores vibrantes e coloridas, além de efeitos visuais de primeira e um uso de 3D muito bem aproveitado. 

 
Talvez o maior erro do longa mesmo seja o seu antagonista, interpretado por Neil Casey, que faz um personagem nada memorável mesmo tendo um plano maligno e bem construído. 

 
Caça-Fantasmas é um novo recomeço para essa franquia tão adorado por muitos, traz uma historia nova além de personagens carismáticos e envolventes que fazem valer a pena ter pago o valor do ingresso. Preparem-se para uma direção segura e um roteiro que te fará rir do começo ao fim. Às vezes precisamos arriscar para poder acertar! 

Nota: 8.0/10

About Marcelo Rodrigues

0 Comments:

Postar um comentário

Em Breve nos Cinemas

Tecnologia do Blogger.