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Crítica - Batman Vs Superman: A Origem da Justiça


A Marvel Studios quando lançou em 2012, Os Vingadores, estava claro que o universo dos quadrinhos no cinema precisaria apostar em grande universos para se manter em destaque. Atualmente tudo precisa ser pensando em algo grande e não só os heróis, isso atinge a outros universos como o de Star Wars, que iniciou uma nova franquia com a Disney e até mesmo a futuros reboots que estão por vir. Eis que a DC vendo a escola que a Marvel fez com a reunião de seus heróis, começou a preparar o seu território. O Homem de Aço jamais foi pensado como o inicio de uma safra de produções dos heróis da DC, mas essa ideia foi descartada logo após a sua continuação ganhar uma reviravolta. Vendo o sucesso dos heróis da Marvel, a Warner decidiu mexer na continuação do Superman e transforma-lo em Batman Vs Superman: A Origem da Justiça. O filme que traria a união dos dois maiores ícones das histórias em quadrinhos. Porém esse grande embate, como os trailers vinham anunciando acaba chegando cheio de problemas. 

 
A história do longa começa exatos 18 meses depois dos eventos do final de O Homem de Aço: A Batalha de Metrópolis, com o mundo dividido em relação às ações de Superman (Henry Cavill): uns os veem como um salvador, enquanto outros o enxergam como uma força destrutiva que deve ser impedida. Uma dessas pessoas, claro, é um soturno e experiente Bruce Wayne (Ben Affleck), que usa sua identidade de Batman para investigar o alienígena e encontrar uma forma de neutralizá-lo. Nesse cenário, o milionário excêntrico Lex Luthor (Jesse Eisenberg) rapidamente enxerga aí uma forma de fazer com que os dois heróis batalhem entre si. 

 
Essa é apenas a parte central dessa longa trama, que ainda tem como plano apresentar pela primeira vez nos cinemas a personagem da Mulher-Maravilha, vivida pela atriz Gal Gadot, introduzir o universo da Liga da Justiça, aprofundar-se ainda mais na relação amorosa de Clark Kent e Lois Lane (Amy Adams), no companheirismo e lealdade de Bruce Wayne e Alfred Pennyworth (Jeremy Irons) e uma chata e longa trama envolvendo uma operação no deserto. 

 
Os 153min do longa acabam proporcionando uma experiência um tanto quanto desconfortável por conta de sua edição porca. A montagem de David Brenner é a detentora de todas as culpas e críticas negativas que o filme possa ter, ela é totalmente torta e problemática, onde em momento algum consegue construir um clima de tensão ou de antecipação. Por exemplo, o momento em que o Batman coloca pela primeira vez a sua armadura high-tech e fica esperando a chegada do Superman na chuva....Logo depois temos uma cena envolvendo Lex Luthor e depois mais duas cenas envolvendo as subtramas do filme, para depois em fim termos a cena em questão. A justificativa que leva o embate entre os dois heróis é também impossível de engolir, principalmente pelo motivo clichê que o Homem de Aço é colocado na disputa. Até mesmo os planos mirabolantes do Lex Luthor são cheios de furos e mais parecem terem sido saídos dos desenhos animados dos anos 60. 

 
Sinceramente, não existe uma estrutura que sustente o longa em suas 2h33, a sua edição prejudica toda a história e assim transforma o entusiasmo em algo frustrante e monótono. 

 
A direção ficou por conta de Zack Snyder (o mesmo de 300, Sucker Punch: Mundo Surreal e Watchmen – O Filme) e ele mostrou que veio trazer uma nova visão do homem-morcego. O Batman de Snyder é muito mais violento e brutal do que estávamos acostumados a assistir na trilogia de Christopher Nolan. A produção também aumentou em escala: são diversos ambientes pelos quais percorremos além de algumas realidades paralelas, tudo isso captado pela ótima fotografia de Larry Fong, que mantém aqui o granulado cru de O Homem de Aço mas somado a mais cores e tecnologia IMAX. A cena onde Wayne está em um mundo pós-apocalíptico é de longe o momento mais fascinante do longa. 

 
Porém Zack Snyder escorrega em um quesito: em ficar preso demais aos efeitos visuais. Impossível não reparar na péssima construção do Batman em um boneco digital e do Batmóvel feito em CGI em uma das mais toscas perseguições já vistas. Nolan em momento algum se apoiou nos efeitos para construir alguma cena em sua trilogia, ele realmente usou materiais verdadeiros para criar ainda mais aquela atmosfera. 

 
Snyder abusa tanto dos efeitos, que por um momento você não consegue nem prestar atenção direito ao que está acontecendo devido ao uso excessivo. E não é só nas cenas de luta ou perseguição que o diretor faz isso, até mesmo em cenas que poderia criar um tensão leve, como por exemplo, a cena do encontro do Superman com a Senadora Finch (Holly Hunter), soam superficiais. 

 
Se em O Homem de Aço,a cena da destruição de Metrópolis foi duramente criticada, devido a sua exageração aqui não foge disso. A cena final, é quase que impossível de se prender a algum detalhe porque são tantas explosões, tanta destruição e tanta pancadaria que você fica sem ter um ponto pra olhar. 

 
Para quem jogou o jogo Injustice: Gods Among Us vai reparar que a cena final é basicamente uma mistura do jogo com o filme. Só que em um contexto bem diferente. 


A internet em peso estava torcendo contra a escalação de Ben Affleck para o papel chave, devido a tentativa fracassada que o ator teve em 2003 com a adaptação de Demolidor para os cinemas. Porém temo uma grata surpresa, pois ele consegue se sair bem como Bruce Wayne. Ele está com aquela postura mais rígida, mais séria e podemos ver claramente que o peso da idade chegou para Wayne. Os momentos em que o Batman mostra o seu lado mais sombrio é excelente, pois vemos todo aquele ódio guardado desde a morte de seus pais vindo para fora. Já Henry Cavill, consegue manter o carisma de seu personagem porém não tem uma evolução nítida e clara de Kent durante todo o filme. 

 
Pelo lado negativo do filme temos a presença de Jesse Eisenberg, na pele do milionário Lex Luthor. Aqui o personagem parece um universitário rico saído de algum episódio de Smallville direto para o cinema, a atuação dele parece um encontro da DC com o Mark Zuckerberg, que o ator viveu em A Rede Social. Porém muito mais histérico e louco. 

 
Mas quem rouba a cena de todo o filme é a Mulher-Maravilha vivida pela atriz Gal Gadot. A personagem em momento algum revela para o que veio, criando assim uma presença misteriosa porém quando ela revela-se para o que veio, c*****o, é o melhor momento do longa inteiro. O figurino encontra o retrô e moderno, dando uma nova visão para a personagem, além de sua música tema icônica. 


Batman vs Superman: A Origem da Justiça possui bons elementos porém eles não conseguem sustentar a trama toda, resultando assim em uma experiência um tanto quanto frustrante para os fãs. Seja pela péssima edição ou pela maneira que os personagens são desenvolvidos (salvo algumas exceções), o filme acaba se tornando uma grande decepção para quem esperava ver algo épico envolvendo esses dois icônicos personagens. 

Torcer agora que o barco não afunde com A Liga da Justiça e que a DC tenha um intensivão com a Marvel, de como preparar o território de seus heróis. 

Nota: 7.0/10

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