Reunir diversas estrelas em um mesmo longa geralmente não é bom sinal, ou temos um produto realmente muito bom onde todos tem o seu merecido destaque ou acabamos assistindo a um festival de bagunça e atores sendo mal aproveitados em tela. Diversos filmes já utilizaram dessa fórmula, como: Prét-à-Porter, Babel, Noite de Ano Novo e entre outros. Eis que o cinema brasileiro resolve seguir a mesma linha e nos trazer Amor em Sampa, porém o que acabamos vendo em tela é um resultado que foge do erro.
A trama acompanha Cosmo (Carlos Alberto Riccelli) um taxista que ama rodar por São Paulo. Um dia, ao encontrar Mauro (Rodrigo Lombardi) em um bar, recebe uma proposta inusitada: gravar depoimentos de passageiros em seu táxi, nos quais as pessoas falariam sobre o que gostam em São Paulo. A ideia faz parte de uma campanha publicitária idealizada por Mauro, que pretende levantar a auto-estima do paulistano em relação à cidade. Paralelamente, a aspirante a atriz Carol (Bianca Müller) e sua amiga Mabel (Letícia Colin) chegam atrasadas a um teste para uma peça teatral. Lá conhecem Matheus (Kim Riccelli), um diretor mulherengo que logo se interessa por ambas. Há ainda a empresária Anis (Bruna Lombardi), que trava um duelo de poder com o ambicioso Lucas (Eduardo Moscovis), e também o casal formado por Raduan (Tiago Abravanel) e Ravid (Marcello Airoldi), que pretende em breve oficializar a união.
Dirigido por Carlos Alberto Riccelli e Kim Riccelli, eles demonstram não ter qualquer tipo de técnica para assumir a cadeira da direção de um longa. Carlos, que está em seu terceiro longa como diretor, repete os mesmos erros absurdos dos outros porém aqui eles estão mais gritantes e podemos dizer que é quase os mesmo que ele trouxe para Onde Está A Felicidade?. Agora seu filho, não sabemos o real motivo dele estar ali, porque o garoto não tem nenhuma experiência e talvez tenha conseguido esse feito, só por seu pai ser o principal diretor do filme.
O elenco traz nomes que são destaques na TV mas que desempenham papeis tão rotulados, tão caricatos, que fica difícil defender e entender o motivo que levaram eles a aceitarem fazer o longa.
A começar por Rodrigo Lombardi, depois do sucesso estrondoso que fez na novela Verdades Secretas, desponta em um papel tão bobinho, tão fraquinho, que nem de longe tem a força que o ator demonstrou ter na novela. Rodrigo ainda atua ao lado de Carlos Alberto Riccelli e sentimos que os diálogos do dois são tão falsos e tão forçados, que fica difícil comprar aquela ideia dos dois.
O elenco jovem do filme é encabeçado pelas atrizes Bianca Müller e Leticia Collin e o ator e também diretor Kim Riccelli. A história desse triangulo amoroso não deve em nada para as produções venezuelanas. Os diálogos são risíveis, as atuações são péssimas e se como diretor Kim não tem talento, aqui fica comprovado que ele deveria esquecer de trabalhar com a sétima arte, porque o menino é muito ruim. O que mais surpreende é que Leticia Collin nos entregou uma atuação muito boa no romântico Ponte Aérea (2015) e aqui ela parece estar no piloto automático em uma atuação mais sofrível que sua participação em A Regra do Jogo.
Falando nos Riccelli como não esquecer a matriarca da família, a atriz Bruna Lombardi, que parece que aceitou esse filme só pra poder desfilar de calcinha e sutiã pra esfregar na cara de muitas mulheres de como está linda aos 63 anos. A história dela e do ator Eduardo Moscovis é a segunda mais patética do filme todo. Porque são inúmeras briguinhas bestas em situações e diálogos que pareciam ter saído de um esquete de comédia.
Porém ninguém consegue ganhar o prêmio de Mico do Ano que os atores Thiago Abravanel e Marcello Airoldi. É tão absurda, é tão idiota e tão besta a história desses dois, que desperta uma raiva tão grande que você não vê a hora do longa acabar. Literalmente, os dois conseguem afundar o filme em questão de segundos, já que é deles o posto de pior história do filme inteiro.
Boa parte disso está na culpa do roteiro desenvolvido pela atriz Bruna Lombardi, que ao tentar beber da fonte dos longas americanos, que reúnem um time de estrela em meio a uma única história, nos entrega mais uma catástrofe do cinema nacional em 2016.
Amor em Sampa é o tipo de filme que não deveria ser exibido em hipótese alguma nas salas de cinema, de tão ruim que é. Se alguns longas da Globo Filmes parecem terem saídos de um Especial de Fim de Ano, esse aqui parece que saiu mesmo de uma lata de lixo, porque qualquer outro lugar é um elogio diante dessa bomba.
Nota: 0/10
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