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Crítica - Cinquenta Tons de Preto



Em 2000, os irmãos Marlon e Shawn Wayans ao lado de seu irmão trouxeram as comédias de sátiras de volta as telas do cinema com Todo Mundo em Pânico. De lá pra inúmeras comédias começaram a surgir tentando conquistar sucesso e a crítica, porém todas falharam lindamente. Não é mais um Besteirol Americano, Os Vampiros que se Mordam, A Saga Molusco, Uma Comédia Nada Romântica, Bobeou Dançou, Os Espartalhões, Se Beber Não Entre no Jogo, Inatividade Paranormal e até mesmo as sequências de Todo Mundo em Pânico não tiveram sucesso. Eis que agora chega aos cinemas nacionais Cinquenta Tons de Preto, filme que promete tirar sarro do mega-sucesso Cinquenta Tons de Cinza

 
A trama acompanha Christian Black (Marlon Wayans), um empresário milionário, que recebe a estudante Hannah (Kali Hawk) em seu escritório. Insegura e simplória, ela foi no lugar da amiga Kateesha (Jenny Zigrino) para fazer uma entrevista para o jornal da faculdade. Não demora muito para que eles flertem entre si, apesar das trapalhadas cometidas por Hannah. Black passa então a rondá-la, disposto a atraí-lo ao mundo secreto e cheio de brinquedinhos que armazena em seu luxuoso apartamento. 


Cinquenta Tons de Preto marca o quarto projeto que o diretor Michael Tiddes e o ator Marlon Wayans estão envolvidos. Seus outros trabalhos foi como produtor de Bobeou, Dançou e a direção dois filmes do Inatividade Paranormal, ou seja praticamente temos em tela o mais do mesmo que já foi visto, revisto e reaproveitado em diversos longas de sátiras porém aqui com foco no romantismo e no erotismo de Cinquenta Tons de Cinza. Tiddes assina com esse filme o atestado de óbito de sua carreira como diretor, pois se havia alguma dúvida com os longas anteriores que ele havia dirigido, com esse aqui fica claro que ele não precisava ter saído da produção. 

 
O roteiro desenvolvido por Marlon Wayans e Rick Alvez abusa de todos os tipos de estereótipos racistas que existem para poder compor a trama do longa. Por exemplo: Christian tornou-se rico no filme porque era um ladrão, Christian é analfabeto, não sabe contar até cinco, os demais personagens negros parecem que nunca estão falando normal e sim sempre gritando, parecendo prontos para uma briga. O que encontramos por diante é só ladeira abaixo. 

 
O elenco do filme traz o comediante Marlon Wayans dando vida ao Christian Black e assim como os demais personagens que o ator fez em sua carreira, não traz nada de novo em momento algum e algumas piadas soam como repetidas ou tirada de outros longas. Kali Hawk que interpreta o interesse romântico de Black, faz praticamente sua estreia nos cinemas com esse filme. Até então a atriz havia feito participações nos longas Missão Madrinha de Casamento, Peeples e Answers To Nothing. Hawk consegue se sair melhor que Wayans em determinados momentos, mas em outros ela consegue estar pior que ele. 

 
Diante de tantos pontos negativos, mais um não vai mudar em nada, mas como o diretor Michael Tiddes consegue incentivar um filme a passar mensagens como: o sexo sem preservativo, o racismo, o machismo. Sinceramente, é preciso encontrar um público muito inculturado para apreciar um produto desse tipo. 

 
Infelizmente o Brasil não poderá ver o longa com sua cópia original, já que a maior parte das sessões, as cópias são dubladas e isso também prejudica muito o longa. A dublagem realizada pelos comediantes Marcelo Marrom, Samantha Schmütz e Robson Pinheiro é vergonhosa, para não dizer coisa pior. Se você quer realmente perder tempo e assistir a esse filme, espere ele chegar o Netflix para poder ver com seu áudio original.

 
Cinquenta Tons de Preto é o tipo de filme que você não espera encontrar sendo exibido em uma sala de cinema, de tão vergonhoso que é. Em tempos de crise, não podemos estar investindo dinheiro para assistir 1h30 de uma material tão superficial e tão raso, que parece que rasgamos o dinheiro. Há comédias melhores sendo exibidas atualmente e que certamente valham mais a pena do que essa lástima. 

Nota: 0/10

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