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Crítica - Orgulho & Preconceito & Zumbis


Nem sempre tentar recriar um universo já amplamente explorado pode dar certo, às vezes podemos ter uma grata surpresa ou em outros casos ser simplesmente uma tentativa fracassada. Depois de alcançar um sucesso mediano entre o público com a releitura da história de Abraham Lincoln, nada mais justo que adaptar uma outra obra do autor Seth Grahamed-Smith. Aqui a obra em questão é um clássico da literatura mundial: Orgulho & Preconceito, da autora Jane Austen. Agora imaginem juntar o romantismo de Austen e joga-lo em meio a uma história de zumbis. É o que acompanhamos em Orgulho & Preconceito & Zumbis.

 
A trama se passa na Inglaterra, do século XIX. Onde uma misteriosa praga espalha zumbis por todos lados, mas Elizabeth Bennet (Lily James), especialista em artes marciais e no manuseio de armas, está preparada para enfrentar os piores mortos-vivos. O que a incomoda de verdade é ter que conviver e lutar ao lado do arrogante Sr. Darcy (Sam Riley).

 
Dirigido pelo americano Burr Steers, o mesmo responsável pelos longas A Morte e Vida de Charlie e 17 Outra Vez, nos entrega uma direção sob medida, nada de grandes exageros ou planos grandiosos. Ele opta realmente por caminhar entre a lentidão que a história escrita por Austen construiu e transitar entre os momentos mais agitados que a trama de Smith pede. Porém essa combinação não dá muito certo, porque transforma o filme em algo totalmente arrastado e sem empolgação.

 
A adaptação do livro para o roteiro também ficou por conta do diretor e ele consegue transportar boa parte da história, porém o seu maior erro aqui é que muitas explicações ficam soltas e deixando várias pontas de dúvidas entre os espectadores, principalmente como o vírus surgiu.  Um ponto positivo é que Steers conseguiu manter as principais características das personagens femininas criadas por Austen, mas claro que agora elas estão muito mais para uma mistura de As Panteras com uma pitada de inocência e romantismo.

 
O elenco do filme tem seus acertos e também suas falhas, a começar pelo casal principal. Aqui, Elizabeth e Darcy são interpretados pelos atores britânicos Lily James, mundialmente conhecida pela série Dowtown Abbey e pelo seu recente papel na adaptação do clássico da Disney, Cinderella e o ator Sam Riley, que integrou o elenco do sucesso da Disney Malévola e no recente drama Suíte Francesa. Lily continua sendo uma atriz que precisa ainda crescer entre as telas, sua atuação é quase no piloto automático e por diversas vezes é quase que impossível decifrar o que a jovem atriz quer dizer, porém ao contrário da atriz, Sam Riley é um charme total e seu Darcy tem toda a arrogância que o personagem pede mas agora com um acréscimo de uma sensualidade, de uma malícia que não existia na obra original. Os dois conseguem se sair bem em tela juntos porém não conseguimos acreditar que eles são de verdade um casal.


O restante do elenco traz os nomes de Matt Smith, mundialmente conhecido por fazer parte da cultuada série Doctor Who, Douglas Booth (que promete se tornar um novo Zac Efron, rosto bonito ele já tem e talento digamos que ele está na medida) e presença da atriz veterana Lena Heady.

 
A trilha sonora é bem instrumental mas com um ritmo mais acelerado, que ajuda a compor as principais cenas de batalhas do filme.


Um dos maiores erros do longa é que os zumbis são muito mal aproveitados, é difícil ver de verdade um ataque ou talvez uma luta, como estamos acostumados a encontrar em The Walking Dead. Mas talvez essa maneira que eles escolheram para apresentar esse universo, tenha sido escolhida devido a época que o filme é ambientado.

 
Orgulho & Preconceito & Zumbis é um filme bem OK, daqueles que não perdemos nada se não formos assistir no cinema. Porém quem estiver afim de ver uma outra visão da clássica história de Jane Austen, pode até se aventurar por essas terras mas preparem-se para encontrar longas 1h48 de filme.

Nota: 6.5/10

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