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Crítica - Brooklyn


É de quase todos o conhecimento que o século XX trouxe um grande número de imigrantes europeus para o continente americano, que buscavam naquela região do planeta uma nova oportunidade para recomeçar suas vidas. Agora imaginem juntar esse fato histórico em meio a uma linda  história de amor, é o que acompanhamos no indicado 3 Oscars: Brooklyn.

 
A trama acompanha a vida imigrante irlandesa Ellis Lacey (Saoirse Ronan), que se muda de sua terra natal e vai morar no Brooklyn para tentar realizar seus sonhos. No ínicio de sua jornada nos Estados Unidos, ela sente falta de sua casa, mas ela vai tentando se ajustar aos poucos até que conhece e se apaixona por Tony (Emory Cohen), um bombeiro italiano. Logo, ela se encontra dividida entre dois países, entre o amor e o dever.


Baseado no homónimo romance Brookyyn, do autor Colm Tóibín, o longa é uma beliíssimo filme de época que leva a todos de volta a década de 50.   

 
A jovem Ellis é interpretada de uma maneira magistral pela jovem atriz Saiorse Ronan, que ficou mundialmente conhecida depois de estrela a adaptação de Desejo e Reparação, ao lado de Keira Knightley e James McAvoy, tanto que por seu papel, ela conseguiu uma indicação ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante em 2008. Além da presença da atriz, o elenco do filme ainda conta com ótimas atuações de quase todo o elenco, como o jovem ator Emory Cohen e dos veteranos Jim Broadbent e Julie Walters. Mesmo que esses atores tenham sua importância e seus momentos no longa, nada é comparado quando eles estão ao lado de Ronan, já que aqui ela nos entrega o trabalho de sua vida. Tanto que todo esse esforço valeu uma indicação ao Oscar de Melhor Atriz.

 
Brooklyn não deixa a desejar, ele realmente cumpre com aquilo que ele veio mostrar e deixando todos realmente satisfeitos com o que encontramos no saldo final. Como todos sabem, a grande aposta forte da história é o romance entre Ellis e seus dois amores, um que ainda está na Irlanda e o outro que está com ela na América. Essas paixões, são sempre bem pautadas e tem um quilibrio bastante convincentes, além de claro ajudarem a puxar o lado dramático do filme de uma maneira tão nobre e inerente, que deixam o espectador preso na história.  

 
Não espere que a vida amorosa de Ellis seja avassaladora ou até mesmo arrebatadora, porque você vai se decepcionar. Aqui todas as suas escolhas e dilemas são sempre explorados com um prfundo toque de sutileza, deixando de lado o romantismo barato ou aquela encenação melodramática de novelas de época. Esses relacionamentos são pautados também pela incerteza, o que acaba rendendo ótimos momentos na reta final do filme.

 
Boa parte desses acertos é dado ao roteiro desenvolvido pelo escrito Nick Horby (autor dos sucessos já adaptados para as telas do cinema como Alta Fidelidade e Um Grande Garoto), que assina aqui seu terceiro longa como roteiristas (antes de Brooklyn, ele havia escrito os roteiros de Educação e Livre).  Mesmo tendo uma trama relativamente simples, o longa trata suas questões abordadas de uma maneira leve, mas nunca caindo no caricato ou no didático, como muitos filmes tendem a acontecer. 


As paisagens bucólicas da Irlanda e a Nova York fiel daquela época, são um charme em especial. Outro destaque que vale a pena pontuar é o figurino do longa, que dá destaque e pontua muito bem a evolução de Ellis na trama, principalmente nas mudanças internas, medos e conquistas. 

 
Se Saiorse Ronan vai ser um furacão como Jennifer Lawrence, só o tempo dirá mas por enquanto digamos que ela é uma tendência a ser seguida e admirada com outros olhos. 


Não sabemos ao certo se Brooklyn merecia ou não estar entre os principais indicados ao Oscar 2016, talvez seu maior mérito seja mesmo a atuação soberba de Saiorse Ronan, porém espere encontrar em quase duas horas uma história envolvente e cativante, graças a um roteiro certeiro e uma direção muito bem realizada, pelo estreante John Crowley.  Preparem-se para se emocionar com uma linda história de vida e principalmente de uma jovem que estava atrás de um sonho e também de uma nova vida em plena década de 50.

Nota: 8.5/10

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