Sempre que vida de alguma celebridade mundialmente conhecida é levada para as telas do cinema, ela tende a ter dois caminhos: o do sucesso e o do fracasso. O mais novo filme do diretor Danny Boyle, “Steve Jobs”, caminha para o lado do sucesso e consegue apagar para sempre as lembranças do fraco “Jobs”.
Acompanhamos três
momentos importantes da vida do inventor, empresário e magnata Steve Jobs: os
bastidores do lançamento do computador Macintosh, em 1984; da empresa NeXT,
doze anos depois e do iMac, no ano de 2001.
Com uma escolha
ousada na maneira de contar a historia do magnata, o diretor britânico Danny
Boyle não deixa o ritmo do filme cair em minuto algum e por diversas vezes
parece que estamos em uma sala sem ar, de tão sufocantes que alguns dialogos
acabam sendo expostos.
Aaron Sorkin
escreveu o roteiro do longa a partir da biografia autorizada de Jobs, e mesmo
que ele tenha humanizado o gênio, o seu temperamento dificil está presente em
diversos momentos do filme. Os dialógos surgem na tela como verdadeiras facas e
atingem em cheio a plateia. Por diversas vezes, você vai se perguntar se
realmente é verdade ou será que não fizeram isso pra tentar transformar o
empresário em vilão. Mas no fundo descobriremos o porque ele se tornou uma
lenda admirada e odiado por muitos.
O elenco tem
dois grandes acertos e isso também mantém o ritmo do filme. A escolha de
Michael Fassbender para viver Steve Jobs, pode até ter causado uma certa
decepção para alguns devido a forte semelhança que Ashton Kutcher exibiu em Jobs,
mas convenhamos depois de assistir o filme, fica claro que não existe outro
ator para interpretar que não seja o ator alemão. Porém que consegue
centralizar por diversas vezes o filme pra si é a atriz Kate Winslet, que está
em seu melhor momento desde O Leitor. Interpretando a assistente de Jobs,
Winslet e Fassbender travam um lindo duelo de diálogos afiados, que deixam os
espectadores vidrados em saber qual vai ser a próxima resposta. Quem também
consegue se destacar no elenco é Seth Rogen, que depois de participar de
diversas comédia, acaba nos impressionando com a sua capacidade dramática no
filme e ele também nos entrega uma cena de discussão com Michael que é de
arrepiar e também temos que destacar a presença de Jeff Daniels, que está na medida certa de seu personagem, impossível não sentir ódio dele.
Podemos dizer
que Steve Jobs não é uma cinebiografia convencional e sim um filme de arte, já
que o diretor, Danny Boyle, utiliza seu timing perfeito para envolver o
espectador em diálogos quase que claustrofóbicos que unem o passado e o presente.
Além de uma montagem ágil que vai deixar a platéia em êxtase.
Podemos não
estar diante da cinebiografia definitiva do diretor mas certamente conquista e
envolve muito mais do que a primeira e fracassada tentativa em 2013.
Nota: 10/10
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