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Crítica: Quase uma Rockstar


A Netflix traz mais uma adaptação de livros, porém dessa vez eles conseguem acertar em cheio o público alvo



O diretor Brett Haley em seus últimos trabalhos no cinema tem buscado sempre o mesmo ponto focal para contar suas histórias: encarar o luto é a única maneira de conseguir seguir adiante. Em Reaprendendo a Amar, a dor é transformada em renovação, já no seu trabalho anterior Por Lugares Incríveis, o sofrimento nada mais é que uma ferida aberta que precisa ser curada aos poucos. Tentando encontrar novos olhares para combater a tristeza, chegou na Netflix o drama Quase uma Rockstar.


A trama gira em torno de Amber Appleton (Auli’i Cravalho), uma adolescente que aparenta ter uma vida perfeita. Ela é estudiosa, realiza um trabalho voluntário em uma casa de repouso, dá aulas de inglês para imigrantes na igreja para ganhar uns trocados e tem o apoio de grandes amigos na escola como Ty (Rhenzy Feliz), Ricky (Anthony Jacques Jr.) e Jordan (Taylor Richardson). Entretanto, em meio a isso tudo, ela e a mãe, Becky (Justina Machado), moram secretamente em um ônibus. Mesmo com uma sequência de dificuldades impostas, incluindo o vício da sua mãe no álcool, as duas seguem em busca de uma vida melhor.



O longa-metragem é baseado no livro homônimo de Matthew Quick, que também é o autor do premiado O Lado Bom da Vida. Ness, o autor também ficou responsável pela adaptação do roteiro em um trabalho em equipe ao lado do diretor e de Marc Bash, que já tinha trabalhado com Haley em Coração Batendo Alto. Apesar de que título dá entender que se trata de um filme sobre bandas ou música, ele não é, temos no máximo o sonho da protagonista em entrar em uma universidade de artes cênicas. Isso pode realmente acabar afastando os espectadores que buscam um drama mais familiar, do que os jovens que estão apenas procurando mais um teen movie da plataforma.


Seguindo basicamente a mesma estrutura de Por Lugares Incríveis, o roteiro começa com um clima bem leve e quando o espectador menos espera, ele é derrubado pela carga emocional. Melhor dizendo, ele não só derruba, como te deixa no chão por boa parte do filme. Porém quando chegamos em um ponto bem interessante, no qual a nossa protagonista começa a passar a tentar canalizar toda a dor em algo artístico, o filme acaba caminhando para um rumo totalmente anticlimático.



Auli’i Carvalho tem apenas 19 anos, mas já mostrou que tem talento de sobra. A garota estreou no cinema dublado a princesa Moana e de cara já encarou uma plateia com grandes nomes na cerimonia do Oscar apresentando a música How Far I’ll Go. A expectativa com seu primeiro protagonismo é correspondida e é totalmente ela quem acaba sustentando o drama da história, trazendo um tom dramático correto e mostrando que é quase uma veterana comparada aos demais jovens atores do filme. Isso vale também para a atriz Justina Machado, que depois de conquistar o público com a comédia One Day at Time, consegue ter um papel de drama para explorar toda a sua carga artística.


Quase uma Rockstar emociona, diverte e faz com que pensamos em diversas coisas, mesmo sendo um filme voltado para o público jovem. Com uma protagonista talentosa, esse filme certamente vai encontrar o seu público e o seu lugar.

Nota: 7.5/10

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