A franquia O Grito já rendeu diversos filmes, tivemos as obras
originais dirigidas por Takashi Shimizu (Ju-On) e deste rendeu várias sequências.
Posteriormente tivemos em 2004, a primeira refilmagem americana, estrelada por
Sarah Michelle Gellar e que novamente foi comandado por Shimizu. Quando
anunciaram que uma nova versão estava por vir, os fãs demonstram apenas uma
reação: de que não era necessário. Mas o que ninguém esperava, era que O
Grito (2020) fosse ignorar quase que por completa toda a sua espinha dorsal.
Gerada pela morte dos que partiram sentindo ódio ou em situações de
extrema brutalidade, conforme relembra um letreiro nos minutos iniciais, essa
corrente sinistra consegue transcender a cidade de Tóquio e alcançar solos
estadunidenses, passando então a atormentar a detetive Muldoon (Andrea Riseborough). Recém-chegada a uma nova cidade, ela se
junta à polícia local na investigação de um tenebroso crime ocorrido em uma
antiga casa, adentrando em um caso que parece flertar com o sobrenatural.
A direção acaba optando por romper com a linearidade
da trama e dividi-la em breves e até mesmo, distintas narrativas, que vão se
entrelaçando com os personagens tentando sobreviver ao espírito maligno. Nicolas
Pesce opta por seguir o caminho mais fácil para contar uma história de terror e
logo podemos encontrar os corredores escuros e vazios, os vultos repentinos e
aquela sensação de que o perigo está sempre por perto. Pesce acaba apelando por
diversas sequências de sustos baratos e previsíveis, além de uma montagem pouco
dinâmica de Ken Blackwell e Gardner Gould, que acabam reduzindo a praticamente
zero o fator medo nas cenas.
Além disso o roteiro é uma bagunça total e que
fica alternando em diversas linhas temporais, priorizando muitos diálogos explicativos
e uma repetição desnecessária de informações. Ou seja, muitos personagens ali
acabam aparecendo e desaparecendo sem despertar interesse no público.
O elenco não traz grandes nomes, porém as
presenças de John Cho e Demián Bechir só comprovam que eles estão ali apenas
para cumprir tabela, porque ambos estão apagados e desperdiçando talento em
papeis bem inferiores.
O Grito é mais um remake desnecessário de Hollywood e a
tentativa de reviver uma franquia acaba indo por água abaixo.
Nota: 2.0/10
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