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Críticas

Crítica: Aves de Rapina


É preciso dizer que nos últimos dois anos, a DC Comics precisou se reinventar por completo nos cinemas. Deixando de lado todo aquele clima sombrio e mais realista presente nos fracassados Liga da Justiça e Batman vs Superman, esse universo estendido da DC precisou seguir uma rota nova e bastante experimental, apresentando filmes completamente diferentes em escalas e principalmente, em propostas.


Da aventura Aquaman, passando pelo divertido Shazam! e chegando até mesmo no sucesso de bilheteria, Mulher-Maravilha, a Warner Bros conseguiu ver que não precisava ter pressa para construir um universo compartilhado apenas para competir com a Marvel Studios.


Depois de enxergar suas próprias falhas, principalmente tentando seguir o caminho de sua concorrente, a DC consegue nos divertir com Aves de Rapina – Arlequina e Sua Emancipação Fabulosa.


O filme é centrado na Arlequina (Margot Robbie), cuja incompreensão do término de seu relacionamento com o Coringa a levou ao fundo do poço, ainda que gastasse parte de seu tempo roubando, esmurrando e matando. Com a narração da protagonista, o espectador passa a acompanhar as consequências de sua vida após os acontecimentos de “Esquadrão Suicida”, sem se preocupar em apontar o destino dos demais personagens (à exceção de uma aparição relâmpago do Capitão Bumerangue). Por outro lado, são justamente as angústias de Arlequina que a levam a uma série de situações de conflito, culminando na reunião que dá título ao filme.


Enquanto se recupera do coração partido, a protagonista passa suas noites na boate de Roman Sionis (Ewan McGregor), cujo espaço em branco deixado pelo Coringa em Gotham o transforma no chefão do crime na cidade. Desta forma, sua megalomania é acompanhada de perto pelo capanga, Victor Zsasz (Chris Messina), tão perigoso quanto competente, e, após Arlequina quebrar as pernas de seu motorista, a sua cantora favorita na boate, a Canário Negro (Jurnee Smollett-Bell), passa a dirigir para ele.


Mas, para tudo dar certo, é necessário que a narração em off e a constante quebra de quarta parede de Arlequina sejam complementadas pelo restante da trama, que envolve a policial injustiçada, Renee Montoya (Rosie Perez); a própria Canário Negro e a frustração de seus sonhos; a jovem e ágil ladra, Cassandra Cain (Ella Jay Basco); a busca por vingança por parte da Caçadora (Mary Elizabeth Winstead); e, é claro, a iminente união destas anti-heroínas, o que acontece no terceiro ato.


Até chegar esse momento, o filme conta com o talento mais que extraordinário de Margot Robbie, que encarna de vez o lado cartunesco de Arlequina, de uma maneira tão eficaz, assim como acaba transformando-a em uma assassina de primeira classe. Seja pelo conjunto de movimentos de luta ou pela acertada inserção dos efeitos visuais de torná-la perigosa, Robbie consegue segurar o público pelo riso, sem soar caricata em momento algum.


Porém o restante do elenco acaba destoando bastante. Todas ganharam um bom tempo em tela, o que resultou em uma construção mais planejada e uma apresentação mais elaborada. Porém as constantes idas e vindas, do primeiro e segundo arco, é capaz de fazer com que o público acabe se dispersando.


Aves de Rapina não é ainda o filme da DC Universe que esperamos assistir, mas ele consegue divertir e entreter durante 1h50.


Nota: 7.5/10

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