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Críticas

Crítica: Projeto Gemini


Imaginem se juntássemos Looper – Assassinos do Futuro e Identidade Bourne, agora misturem um monte de clichês e uma tecnologia que prometia muita coisa e que acaba não entregando quase nada. Pronto! Já temos a receita de Projeto Gemini, novo longa-metragem do diretor Ang Lee (As Aventuras de Pi, O Segredo de Brokeback Mountain e O Tigre e O Dragão) e protagonizada por Will Smith (Esquadrão Suicida).


A trama acompanha a jornada de Henry Brogan (Smith), assassino profissional que faz parte de um programa governamental. As coisas saem do controle, porém, quando ele descobre que seus chefes estavam mentindo sobre o perfil das pessoas que foram mortas pelas mãos de Brogan. Aí começa uma jornada alucinante em que Júnior, a versão clonada mais jovem de Henry, passa a perseguir sua 'matriz' para matá-lo.


O roteiro foi desenvolvido por David Benioff (Game of Thrones), Billy Ray (Jogos Vorazes) e Darren Lemke (Shazam) e em momento algum esses roteiristas conseguiram definir ao certo o que queriam que o filme fosse: um filme de ação ou um drama familiar. E isso acaba prejudicando bastante o longa-metragem, já que deixa tudo no meio termo e incomoda a quem está assistindo. Além disso o ritmo do filme é bem cansativo, os quase 120 minutos demoram para passar e essa dança de gêneros: uma hora é ação, na sequência seguinte é drama e na próxima é ficção, acaba deixando tudo uma verdadeira bagunça.


As cenas de rejuvenescimento funcionam só quando não estamos vendo de perto o personagem de Smith, quando o mesmo surge em algum ambiente claro, ele consegue ficar pior que a filha de Bella e Edward no último filme da franquia Crepúsculo.


Ang Lee acaba abusando dos closes para destacar as emoções de seus personagens, porém acaba falhando miseravelmente porque em momento algum o público consegue criar uma empatia com eles. Além disso, a cada 10 minutos somos arrebatados com uma avalanche de informações que são jogadas e que sempre que é possível, acaba sendo relembrada por algum personagem. Tudo isso com a intenção de realizar um plot twist, que quando acaba acontecendo se torna tão medíocre e maçante, que ninguém vai dar a mínima e muito menos se surpreender. O que dá a sensação é que quando viram que a bagunça já estava feita, simplesmente abandonaram a ambição e deixaram pelo caminho.


Will Smith está no seu pior papel desde Depois da Terra (aquele desastre de filme ao lado do filho) e em momento algum parece que ele está a vontade naquele papel e em momento algum consegue ter entrosamento com sua parceira de cena, Mary Elizabeth Winsted (Premonição 3). Winsted, que já fez papeis mais insignificantes, consegue se sair melhor nas cenas de ação do que quando está falando as frases de efeito do roteiro. Sobre Clive Owen, bom, vamos deixar de lado, porque ele nem merece ser mencionado de tão podre e medíocre que é seu papel.


Além disso o tal 3D+ não tem nada de novo e soa como uma bobagem para tentar vender a produção.


Projeto Gemini vai com certeza figurar na lista dos piores filmes de 2019, tanto por ser uma bagunça sem fim, quanto pelas suas atuações dignas do Framboesa de Ouro. Esse é aquele típico filme que poderíamos assistir sem problemas numa plataforma de streaming, mas agora pagar já é outra história.


Nota: 4.0/10

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