Crítica: Bumblebee

Transformers se tornou uma das franquias mais rentáveis de Hollywood, e mesmo com toda a sua avaliação negativa por grande parte da crítica especializada (talvez esse seja um dos motivos) chegou aos cinemas recentemente um derivado da franquia, que acaba deixando de lado os grandes erros dos anteriores e acertando no puro entretenimento.

O filme se passa no ano de 1987, onde num ferro-velho numa cidade praiana da Califórnia, Bumblebee está refugiado na carcaça de um fusca amarelo, todo detonado, mas a jovem Charlie (Hailee Steinfeld), o encontra e o conserta no exato dia em que completa 18 anos. Ela só se dá conta que aquele fusca não é um simples carro, quando ele se transforma diante dela e então nasce ali uma grande amizade que será fundamental para salvar a Terra de ameaças vindas de outro planeta.

O roteiro é bastante simples e segue aquela fórmula onde um loser vai ter que enfrentar um grande obstáculo para poder chegar ao sucesso. O arco dramático é muito certinho e redondo, não deixa nenhuma ponta solta e não apresenta nenhuma falha ao longo da franquia. Por ser assumidamente um longa-metragem de puro entretenimento, o texto todo é recheado de piadas.

Marcando a estreia na direção de Travis Knight (Kubo e As Cordas Mágicas) em live-action, o filme traz um olhar nostálgico ao retratar os anos 80 e em momento algum acabar exagerando em sua forma ou até mesmo na doçura delicada existente dentro dessa aventura juvenil.

Como se trata de um filme todo ambientado nos anos 80, a trilha sonora é o principal elemento e o set list é recheado de hits para todos os gostos. Além disso tem a ótima tema do filme cantado pela própria Hailee, a canção Back to Life.

Mas aqui o grande diferencial e acima de qualquer outro filme da franquia é o fato de termos uma protagonista mulher e que gosta de mecânica, é independente, meio rebelde, um pouco preocupada com o visual, mas que ao mesmo tempo é doce, carinhosa e humana. Agora peguem tudo isso e acrescente a presença estonteante de Hailee Steinfeld, que da um carisma gigantesco para a personagem e faz com que a gente vibre, chore e sinta todas as emoções e suas escolhas. O roteiro desenvolvido por Cristiana Hodson mostra bem esse lado feminino e que está se descobrindo.

Bumblebee é um entretenimento puro, nostálgico e divertido, que consegue fazer em menos de 2h o que sua franquia original nunca conseguiu fazer. Impossível não amar!

Nota: 9.5/10