Os filmes de assaltos estão
entre os subgêneros que Hollywood mais ama. Já tivemos diversas produções,
desde Uma Saída de Mestre passando até mesmo pelo Assalto
a 13ª DP. Porém nenhum desses filmes fez tanto sucesso quanto a
franquia iniciada em 2001 por Steven Soderbergh, Onze Homens e Um Segredo,
que tinha como grande atrativo a reunião de um grande elenco. Eis que anos
depois é hora de acompanharmos um novo roubo mirabolante, porém com uma visão
bem mais feminina. Assim temos então, Oito Mulheres e Um Segredo, novo
longa do diretor Gary Ross, que chegou ao Brasil na última semana.
No filme acompanhamos Debbie Ocean (Sandra Bullock), irmã de Danny (Clooney), que é
liberada da prisão e não hesita em botar um plano em ação para roubar valiosas
joias e convenientemente se vingar de seu antigo parceiro Claude (Richard Armitage), que a traiu no passado. Para
isso, ela precisará de boa companhia – e como é boa! Lou (Cate Blanchett) é uma contrabandista cheia de charme;
Rose (Helena Bonham-Carter) é uma estilista em
decadência que precisa de dinheiro; Tammy (Sarah Paulson)
é uma dona de casa com um passado no crime; e Amita (Mindy Kailing), Constance (Awkwafina) e Nine Ball (Rihanna) completam a trupe de ladras com suas
especialidades únicas. O plano, a princípio, é roubar um caríssimo colar
durante o luxuoso MET Gala.
O filme segue à risca a
cartilha dos filmes de Soderbergh, porém aqui Ross aposta em uma direção muito
mais despojada e permite que o carisma do elenco deixe fluir naturalmente, o
que acaba sendo uma das maiores qualidades do filme. O grupo não precisa de
muito tempo em tela para se reunir, cada membro da equipe é apresentado de uma
maneira bem direta. O grande plano, o antagonista e todas as complicações que
podem surgir também são construídos com objetividade, deixando apenas alguns
detalhes em segredo (o que é normal para esse tipo de franquia). A montagem de
Juliette Welfling sabe costurar com competência as diversas situações que são
apresentadas e sem perder as minúcias do elaborado roubo, mesmo assim é
apresentado o suficiente para que o espectador não se sinta burro ou bobo em
relação ao que está acontecendo em tela.
Mas o grande charme do
filme está em seu elenco – ou pelo menos em boa parte dele. Sandra Bullock retorna aos grandes
papeis como a líder do grupo e esbanja todo o seu carisma em cena. Cate Blanchett é uma “It Girl” super descolada, com uma
atitude rebelde e que consegue ter uma química tão eficiente com Bullock, que vai
deixar muita gente com a pulga atrás da orelha. Já as atrizes Sarah Paulson e Helena Bonham-Carter conseguem ter presença de cena fazendo os
papeis que sempre lhe caíram bem. A atriz Mindy
Kailling novamente é o alívio cômico do filme, enquanto que Awkafina e Rihanna consegue segurar as pontas, mas tem atuações bem limitadas,
mas que em momento algum comprometem o restante do elenco. Para fechar o time
temos Anne Hathaway em um papel que
a atriz sabe fazer, porém aqui ela está mais ácida e divertida que os últimos
papeis que atriz realizou.
Oito
Mulheres e Um Segredo diverte
por quase duas horas, mesmo quando o roteiro dá umas derrapadas. Talvez o
grande charme esteja em seu elenco. Que venham as sequências!
Nota: 8.5/10
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