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Críticas

Crítica: Pantera Negra



Muita gente estava pensando que Pantera Negra era só mais um filme de super-herói chegando ao cinema em 2018. Só que ele não é só isso, é o primeiro grande filme desse gênero a ter o seu elenco 95% composto por atores negros e que consegue tocar principalmente nas feridas sociais e políticas que o mundo hoje vive, de uma maneiro bem poderosa.



O filme mostra os acontecimentos no reino de Wakanda, logo após o pai de T’Challa (Chadwick Boseman), ter morrido na viagem que eles fizeram aos Estados Unidos. Fato ocorrido no filme Capitão América: Guerra Civil. No longa, T’Challa se prepara para assumir o reinado, mas alguns imprevistos ocorrem durante o processo.


O roteiro desenvolvido pelo também diretor, Ryan Coogler (do ótimo Creed: Nascido para Lutar) e do estreante em longa-metragem, Robert Cole, é uma obra-prima para esse gênero, principalmente por conseguirem introduzir dentro desse universo da Marvel, as ideias e as convicções de seus personagens negros, e utilizar essa história de ficção para mandar uma mensagem bem real: O MUNDO PRECISA URGENTE EVOLUIR! O texto desenvolvido por eles é brilhante, pois percebemos claramente as alfinetadas que os personagens dão para diversos problemas da nossa sociedade, desde os diversos setores da indústria até mesmo a países, mas principalmente para nós, humanos, do qual muitos ainda estão presos ao racismo, a misoginia, o preconceito e a outros males, além de uma alfinetada brilhante ao atual presidente dos Estados Unidos.


Além disso, o filme faz uma belíssima homenagem ao continente africano, que diversas vezes é posto de lado em produções cinematográficas. O cuidado que eles tiveram em mostrar todos os rituais, as cores, os dialetos, as tribos, a música, a vestimenta, tudo ali foi pensado com muito carinho e acima de tudo, respeito. Sinceramente, a última vez que tinha visto algo assim, foi em O Rei Leão.


O elenco formado por: Chadwick Boseman (Deuses do Egito), Michael B. Jordan (Fruitvale: A Última Parada), Lupita Nyong’o (12 Anos de Escravidão), Danai Gurira (O Visitante), Letitia Wright (O Passageiro), Daniel Kaluuya (Corra!), Andy Serkis (franquia Planeta dos Macacos) entre outros, é um dos maiores acertos do filme e de uma aventura solo de super-herói. TODOS, eu disse, TODOS estão fantásticos em seus respectivos papeis. Além disso, o papel da mulher dentro do filme é colocado lado a lado com o dos personagens masculinos.


Um grande destaque do filme é o arco que envolve o vilão, Erik (Michael B. Jordan), que é extremamente competente diante aos demais filmes solo da Marvel, aqui existe uma preocupação em desenvolver toda a sua origem até chegar ao grande clímax, o que acaba fazendo que todas as atitudes que ele toma ao longo do filme sejam coerentes e aceitáveis.


Na parte técnica podemos dizer que o filme é quase perfeito, também. A fotografia de Rachel Morrison, a primeira mulher a ser indicada na categoria no Oscar, é brilhante e sabe explorar brilhantemente as cores quentes de Wakanda e misturar com o cinza presente nas cenas dos Estados Unidos. A montagem traz um ritmo muito bom, principalmente para o equilíbrio entre as cenas de ação e os arcos dramáticos. A direção de arte, figurinos, maquiagem, é tudo impecável, talvez o que mais incomode aqui nessa parte seja os efeitos especiais, que infelizmente parecem que não foram acabados, mas que em determinados momentos eles conseguem ainda arrancar um brilho dos olhos.


Pantera Negra é sem sombra de dúvida uma obra bastante poderosa e atual. Trazendo grandes apontamentos para o cenário atual da humanidade, esse filme é uma grande obra prima! Principalmente para aqueles que acreditam que o ser humano ainda pode evoluir.


Nota: 10/10

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