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Críticas

Crítica: Eu, Tonya


A patinação no gelo é um dos esportes que mais sustenta o charme, a elegância e a sofisticação, o que é completamente o oposto da personalidade bastante efusiva de Tonya Harding. De uma infância pobre e marcada por uma relação bastante conturbada com sua mãe até a ascensão no mundo dos esportes, Tonya acabou se tornando famosa não só pela sua capacidade técnica, mas por se envolver em um escândalo que acabou destruindo a sua carreira: Em 1994, às vésperas das Olimpíadas daquele ano, Tonya foi acusada de planejar ao lado do marido Jeff Gillooly, um atentado contra uma outra participante, Nancy Kerrigan.


Talvez uma das grandes dificuldades que exista em produzir cinebiografias é fugir do formato tradicional desse tipo de narrativa: a estrutura, em um modo geral, já vem toda “pronta” e por diversas vezes acaba sendo limitada aos eventos que quer relatar. Porém Eu,Tonya acaba mostrando-se uma grata surpresa dessa temporada de premiações e a maior virtude do longa-metragem é a quebra da “quarta parede” e a atmosfera de falso documentário que permeia durante toda a sua projeção. Sabemos que esses elementos não são nada originais, mas a maneira que o roteirista Steven Rogers (P.S. Eu Te Amo) manipula eles, é muito inteligente.


Margot Robbie vive o seu melhor momento e nos entrega a performance de sua carreira e certamente renderá a sua primeira indicação ao prêmio de Melhor Atriz no Oscar 2018. Sua interpretação faz de Tonya uma personagem incrivelmente carismática e com uma empatia que conquista o público logo de cara, mesmo que suas ações não sejam vistas com bons olhos. O público realmente torce por Tonya e sabe que a personagem precisa aprender com os erros e principalmente achar o caminho da sua vida – seja se posicionando frente a mãe exigente (vivida aqui por Allison Janney, que deve aparecer nas indicações de atriz coadjuvante) ou como também dando um basta no marido agressor.


A trilha sonora mescla canções dos anos 80/90 e a direção de Craig Gillespie é muito eficiente, ao narrar uma história bastante atípica.


Eu, Tonya é uma grata surpresa no meio desse inicio de temporada de premiações, pois ele chega de mansinho e logo te conquista por inteiro. Você vai vibrar, se emocionar e se irritar diversas vezes ao longo do filme, mas no saldo final, a mensagem que vai vir será bem positiva.

Nota: 8.5/10

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