Quem conhece um pouco da história de vida do americano Dav Pilkey, vai
entender bem o porquê de suas publicações serem um verdadeiro sucesso. Elas
basicamente são um retrato fiel da sua vida pessoal, ao mostrar que ele não conseguia
se enquadrar nesse formato tão tradicional que é a escola atualmente. Em As Aventuras do Capitão Cueca, sua obra
mais famosa e que agora ganha as telas do cinema, podemos ver bem o que o
escritor contesta sobre esse modelo de ensino.
No longa conhecemos
dois amigos travessos: George e Melvin, que desde da pré-escola estudam juntos,
e já nessa época não gostavam do método pouco criativo de ensinar dos
professores. Os dois queriam ser estimulados a colocar para fora toda a
criatividade que explodia em suas mentes. Um gostava de desenhar e o outro de
escrever, assim eles começaram a criar quadrinhos, e o principal herói era o
Capitão Cueca. Como sempre estavam aprontando na escola, vira e mexe eles
acabavam indo para a sala do diretor e numa dessas vezes a dupla hipnotizou o
diretor, transformando-o em o verdadeiro Capitão Cueca, é então que a confusão
acontece, pois, a brincadeira sai do controle dos amigos.
O roteiro desenvolvido por
Nicholas Stoller é muito interessante, pelo simples fato de conseguir mostrar
todas as camadas da trama sem ser piegas ou didática. Em sua primeira camada e
talvez a mais superficial, somos apresentados a uma aventura de super-herói
bastante divertida e colorida, que acaba agradando em cheio os mais pequenos,
porém quando ele adentra as camadas mais profundas, ele consegue chamar a
atenção do público mais velho para questões como o modelo careta e pouco
criativo do ensino, onde alunos se transformam em zumbis que só sabem decorar
datas e formulas.
Além desses temas, a
direção de David Soren (do péssimo Turbo)
acaba utilizando em sua narrativa diversas técnicas de animação, o que acaba
transformando a experiência em um verdadeiro espetáculo para os olhos,
principalmente para quem gosta e aprecia a técnica cinematográfica de animação.
O grande acerto do filme é
tirar sarro de si mesmo ao se auto intitular como uma história juvenil repleta
de piadas escatológicas, ou seja, em momento algum ela tenta se levar à sério e
isso acaba deixando o longa com um tom único, diferente das animações que
estamos acostumados a assistir.
As Aventuras do Capitão
Cueca é uma animação que vai conquistar a todos e certamente deve figurar na
lista das melhores animações que assistimos em 2017.
Nota: 9.0/10
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