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Crítica: Annabelle 2: A Criação do Mal


Os filmes de terror atuais estão cada vez mais focados em assustar a plateia do que ter propriamente uma história interessante. Depois de assustar espectadores em todo o mundo com Invocação do Mal e constranger boa parte dele depois com o péssimo Annabelle, eis que chega um preludio para a história da famosa boneca demoníaca, que realmente funciona.


O longa se passa ainda antes de seu antecessor, nos levando para a época da confecção da dita boneca por Samuel Mullins (Anthony LaPaglia). Ele e sua esposa, Esther (Miranda Otto), viviam com a filha, ainda criança, em uma chácara distante da cidade, sustentados pela venda das bonecas artesanais de Samuel. Tudo isso muda quando, após um trágico acidente, a garotinha morre. Doze anos se passam e os Mullins recebem em sua casa uma freira acompanhada pelas garotas de um orfanato. Dentro da casa, não demora muito para Janice (Talitha Bateman) e Linda (Lulu Wilson) perceberem que há algo de errado ali, tal descoberta, porém, não é o suficiente para salvá-las da entidade sobrenatural ali presente.


O roteiro desenvolvido por Gary Dauberman (O Perigo bate à Porta) possui grandes acertos, mas ao mesmo tempo tem erros que poderiam ter sido evitados se tivesse um cuidado maior. Entre esses equívocos temos todo o arco dramático que cerca a história da boneca, que por sinal, é a melhor parte do filme inteiro, só que infelizmente não acaba sendo muito bem aproveitado e é somente apresentado nos momentos iniciais do longa e em uma sequência apressada quase nos minutos finais, que deixa claro que está ali para que o público consiga entender como se deu a origem da boneca Annabelle. Podemos dizer que se Dauberman optasse por seguir a linha narrativa toda baseada no espiritismo, sem sombra de dúvidas teríamos um novo sucessor para a franquia do Invocação do Mal, mas o roteirista acaba optando por uma passagem de tempo equivocada e que acaba rendendo apenas momentos de tensão e sustos gratuitos na plateia.


Sinceramente esse salto de doze anos só serve para uma coisa: irritar. Sim! Porque todos personagens que estão presentes em tela são burros que acabam buscando refúgio em lugares escuros e perigosos. Por diversas vez os momentos te fazem rir do que propriamente sentir medo, claro que tem aqueles momentos que gelam a espinha, mas quando um filme de terror te faz rir é que boa coisa ele não está sendo.


Sobre o ponto positivo do filme, ele se encontra na maneira que esse universo que é apresentado no filme se conecta com o de Invocação do Mal. Não é nada forçado ou que deixa entender que está sendo feito para conseguir dinheiro, os filmes se conectam de uma maneira harmoniosa e que não deixa pontas soltas.


A direção de David F. Sandberg (Quando as Luzes se Apagam) se mostra muito eficiente, afinal o diretor tem uma grande bagagem de curtas no estilo e consegue criar ótimos momentos de tensão e angustia, principalmente nos movimentos de câmera e nos planos sequencias. O clima se torna claustrofóbico em determinados momentos, principalmente por não sabermos de onde a ameaça irá surgir.


O elenco não traz grandes nomes conhecidos do grande público, os únicos famosos ali é o casal de protagonistas vividos pelo ator Anthony LaPaglia (da série vencedora do Golden Globe Awards 2004, Without a Trace) e a atriz Miranda Otto (da trilogia O Senhor dos Aneis). De resto o elenco é desconhecido, mas que consegue cumprir bem o seu papel, principalmente o elenco infantil.


Annabelle 2: A Criação do Mal é um ótimo filme de terror, mesmo com suas falhas. Existem bons sustos, momentos de tensão e acima de tudo, diversão para quem curte esse gênero.

Nota: 7.0/10

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